quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Diogo

30/01/2008

Eu, alguém que agarra oportunidades, poucas, mas muitas (importante para mim)! Esta é uma delas, grande, mas pequena num mundo como este, que para mim é mais do que aquilo que queria. Que excelente encenador, nunca conseguiria ser como ele! Admiro tanto o seu talento para o teatro, ele é um mestre. Será que ele é um Deus? Consegue entranhar-se nas personagens todas! Nunca vi tal coisa!

Estou a adorar participar nesta peça da Contigo Teatro, rodeado de gente bonita e colaboradora. Ajudaram-me imenso com os vossos conselhos de actor, obrigado! Continuo a fazer os possíveis para poder melhorar ainda mais a minha personagem (Atarrachado). Os ensaios são muito puxados, mas sinto-me tão bem no fim de cada ensaio... Tenho a certeza que vai correr tudo bem, estou confiante.

Diogo Franco
"Atarrachado"


Diário do Encenador

30/01/08

“… A afinação parece não ter mais fim…”

Gostei. Hoje gostei muito da actuação de alguns actores. Observei alguma evolução da parte de outros, mas ainda temos de harmonizar. Todos devem estar excelentes em cena.

Consegui fazer um ensaio como deve ser. Primeiro, interrompi em momentos críticos. Depois, passei sem parar, ou quase, pois um actor resolveu interromper para voltar atrás a fala que tinha errado e justamente num momento em que tudo estava a ser cronometrado. Disse-lhe apenas que quem interrompe o que quer que seja, principalmente agora, sou eu e mais ninguém. Tentei ser o mais calmo possível e até acabei por achar graça pela inexperiência e preocupação dele com o próprio desempenho, mas não era o momento certo, já passámos dessa fase… Enfim… Fora o ocorrido, o resto do ensaio continuou muito bem, mas ainda teve outros tropeços preocupantes que devem deixar de existir brevemente.

A cena do terceiro acto está a durar 35 minutos, já chegou a durar muito mais, o ideal será 30 minutos, portanto falta pouco.

… Hmmm… Limonete… fazia tempo que não bebia isso… Bom…

A coisa que eu mais detesto é assistir um espectáculo chato, portanto luto contra isso quando estou a encenar. Um espectáculo deve comunicar de forma eficiente, passar a mensagem ou as mensagens de forma limpa. Hoje vivemos uma época de velocidades, toda a informação é obtida de forma rápida, em flashes, e o Teatro, como meio de comunicação, de intervenção e de elevação cultural, deve adaptar-se aos nossos tão “globalizados” dias. Ele nunca poderá competir com a TV, Cinema ou Internet, mas sim estar e trabalhar junto com esses fabulosos meios de transmissão de ideias e conhecimentos. Portanto, preocupa-me quando um espectáculo tende ultrapassar mais que uma hora e trinta minutos.

Bem, por hoje chega.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Diana

29/01/2008

Depois de toda a loucura do ''Despertar da Primavera'', cá estamos de novo com uma versão adaptada da obra de Shakespeare, ''Sonho de uma noite de Verão''! Costuma dizer-se que quem corre por gosto não cansa... É verdade! Desde que comecei a fazer teatro, a ''paixão'' foi crescendo e nunca mais consegui parar.

Se bem que esta peça tem sido um grande desafio para mim... fazer de fada, tudo bem! Cantar? Óptimo! Agora... Dançar?? Meu Deus! A expressão corporal nunca foi o meu forte, mas felizmente temos as fadas bailarinas que dançam maravilhosamente! Aliás, todo o espectáculo ''puxa'' o maravilhoso, o mágico...

A princípio parecia-me mais uma peça infantil que outra coisa qualquer, mas se há coisa que o Marco me ensinou, foi a ter fé no projecto! E agora, que o espectáculo vai ganhando forma, começo a perceber a ''visão'' no seu todo e a antever duas horas mágicas, com cenários floridos, personagens fantásticas e imagens ricas que vão ficar na memória de todos os que assistirem ao espectáculo!!

Em relação ao elenco, começa a notar-se a união própria de um grupo de pessoas que todas as noites trabalham juntas para conseguir montar um espectáculo que é tão cheio de pormenores, são todos muito simpáticos e talentosos! O Marco tem sido uma grande ajuda para todos nós, acho que ele sozinho conseguia fazer a peça inteira, interpretando todas as personagens!

Resumindo, é uma peça alegre, sem dramas nem frases difíceis. É um espectáculo que vai fazer sonhar, rir e voltar à infância, onde o mundo das Fadas e dos Duendes era real!

Diana Duarte
"Fada Flor de Ervilheira"

Diário do Encenador

29/01/08

“Contínuas afinações”

Hoje foi um ensaio, novamente cheio de afinações, paragens e repetições. O maior problema tem sido harmonizar a interpretação dada às personagens pelos actores. Alguns registam as dicas de como falar o texto, em determinada cena, de uma forma específica e pensam que se mantiverem o mesmo raciocínio, durante o resto da cena, farão bem. O que o actor tem de pensar é que a personagem, assim como uma pessoa, muda de pensamento constantemente de acordo com o que se passa à sua volta, portanto as inflexões ou modulações da voz alteram-se consoante as emoções.

Um texto pode ser dito de maneira bem clara e articulada, mas se nele não contiver o “subtexto”, pouco comunicará ao público ouvinte.

E assim decorreu o ensaio com algumas, “ainda e chatas”, desconcentrações. Até tive de interromper tudo, sair da sala e fumar um cigarro, para não ter que gritar com alguns elementos. Ainda bem que perceberam e assim que regressei, as coisas já estavam compostas.

Quando chegou o momento de passar tudo novamente, outra chatice, tinha de acabar com o ensaio devido o adiantado da hora… Frustração total… Respirei fundo, engoli em seco e dei por encerrado o dia.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Mónica Trindade

27/01/2008

Pela segunda vez cá me encontro na escrita do relato do dia. Desde então as coisas tomaram uma visão diferente. Posso dizer que ao longo deste tempo, as pessoas amadureceram um pouco mais, e que aos poucos vão tomando consciência que o tempo é escasso e que há muita coisa que neste momento já não devia acontecer...

Foi um ensaio corrido, com todo o elenco presente (o que nao é nada normal... ehehe), havendo um pequeno intervalo para que fossem tiradas medidas para os fatos de alguns actores... tira dali, mede acolá, veste isto e muda aquilo e num instante... "todos para o palco..."! Ehehe... pois... mas aí... aconteceu-me algo que é daquelas coisas que já não deveriam acontecer que mencionei anteriormente. Que de forma alguma poderá continuar a persistir em nós, que é a incontrolável sensação do riso. Não é que tudo nos faça rir, já controlamos muito mais... mas são certas atitudes, certos senãos, uma marcação inexistente, uma careta anormal, um avanço a mais, sei lá... poderão existir mil e umas coisas mas que jamais nos poderão levar à desconcentração total e isso foi o que me aconteceu ontem, quando sabemos bem que não é uma cena fácil, e que nos temos de entregar verdadeiramente e sentir aquilo que nos é dito como impulso para o que dizemos a seguir. Sim... não foi facil... um riso gera outro, e é o suficiente para que se instale a desconcentração dos actores que estão nesse momento em palco, e para que a cena não possa avançar.

Olhei para o nosso paciente encenador... como é logico... já estava “fulo da vida”... ehehe!... e com toda a razão.. não nos podemos dar ao luxo de neste momento nos desconcentrarmos quer fora quer em cima de palco, de faltarmos aos ensaios só porque nos apetece ou porque estamos cansados (foi dito no inicio de tudo que não iria ser facil... e nós que já estamos habituados, sabemos bem que não é, e que é preciso ter mesmo o diabo no corpo... amar o teatro de corpo e alma, para aguentarmos este ritmo ate ao fim); de estarmos constantemente na brincadeira em bastidores; de nunca sabermos quando é que entramos em cena e ser preciso que nos chamem a toda a hora; de perder características da personagem já criada por nós... etc, etc, etc...

Eu, por amar aquilo que faço, apesar de não fazer do teatro a minha vida (quem me dera...) tento de todas as formas subir ao palco com a energia que me esperam, porque eu sei que de mim também depende o bom desempenho dos meus colegas, e é isso que temos de pensar. Não podemos somente pensar em nós, individualmente, porque em cima de palco estamos com mais actores que de nós esperam ao menos algum respeito, empenho e determinação. Isto foi algo que fui aprendendo ao longo das peças que realizei na Contigo Teatro. Sim... somos amadores... mas amamos simplesmente o que fazemos e fazemo-lo com muito gosto!

Da minha parte, penso que a "Hérmia" já existe, e de dia para dia está cada vez mais dentro de mim. A partir de agora, vejo-me com uma personagem criada que ainda necessita de muitas melhorias... não me posso deixar ficar... terei de encontrar alguma inflexão perdida, alguns movimentos que a possam ajudar, explorar ainda mais algumas sensações... Ou seja, até à data, um actor nunca pode parar... nunca deixar morrer a personagem mas sim elevá-la com um sorriso, com uma expressão, com um sentimento, com algo que achemos que possamos adicionar para que fique em harmonia...

Gostava de aqui agradecer o apoio, principalmente do meu “tesouro Lisandro”. Penso que a nossa ligação começa a dar frutos e que estamos no caminho certo... e a outras pessoas que nem preciso dizer o nome pois sabem que são sempre importantes para mim nesta caminhada...

A todos os jovens que iniciaram aqui, quem sabe, uma nova vida, peço-lhes que somente deixem fluir o que existe dentro de vós, que aquela garra de adolescente venha ao de cima, e que se entreguem completamente por mais um mês. Porque esta peça só será possivel com a união que é fundamental nestes trabalhos... com a união Contigo Teatro!!!

Chegado o ensaio ao fim era visível o cansaço... as pernas doridas da dança que a nossa estimada coreógrafa nos ensinou no dia anterior... aiiiiii doí tudo... mas o esforço e dedicação ao qual nos propomos tem sempre no final um efeito gratificante em nós. E é isso que me faz continuar...

A todos... mãos à obra que o caminho é para a frente!! Bom trabalho!

Mónica Trindade
"Hérmia"

Diário do Encenador

27/01/08

“Delicados momentos”

… Tenho-me descurado de ti, meu querido diário…Perdão, mas as ocupações são muitas, principalmente as mentais…

Passámos a peça toda… Enfim.

Por mim não fazíamos intervalo, mas o elenco necessitou, ou melhor, solicitou que se fizesse um intervalo e a produção deu voz ao pedido. Não costumo concordar, mas cedi, também era necessário tirar medidas dos homens, então “fita métrica neles”. Na verdade, foi necessário um momento com a modista e a figurinista. É claro que futuramente não faremos intervalos e, meus queridos actores, preparem-se, pois essa é a ultima semana de “ensaios em escalas”. Nos próximos, tudo será passado do começo ao fim sem intervalos… Temos de acostumar com o tempo do espectáculo e dar a ele o ritmo certo...

As coisas com a produção estão a caminhar, esta semana vou ver os painéis e outros elementos do cenário que já estão prontos.

Hoje (28/01) foi o dia de supervisionar, junto com a figurinista, os tecidos das roupas dos seres do “Povo das Fadas”.

Estamos quase a conseguir, os actores mais atrasados com o trabalho começam a alcançar os mais adiantados. Tudo tem de estar no mesmo nível, ou seja, devem harmonizar-se na interpretação das personagens.

Alguns ainda “tropeçam” e “atrapalham-se” nas cenas finais, mas nada que não se resolva com os ensaios que temos… Todos devem estar muito seguros, em “alerta máximo” durante todo tempo que durar os ensaios, preparações e adaptações quando estivermos no Teatro, pois, inicialmente, eu não lhes darei tanta atenção como agora. Tenho de observar o espectáculo na sua totalidade, com luz, som, tempos de entradas e saídas, etc… Para além dos actores, tenho de preocupar-me com o pessoal técnico nos bastidores… Ai!...

Ah…A beleza do momento que precede a primeira fala… Mas, silêncio… Calemo-nos, há que guardar silêncio…Os actores estão preparados para representarem os seus papéis… Calemo-nos… Devemos respeitar todo o ritual… Calemo-nos…Porque esta noite, é noite de estreia, e a Função vai começar… Agora mesmo…

domingo, 27 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Nuno R.

26/01/2008

Sou eu, desta vez “ the chosen One”, que não é bem o mesmo que, “the special One”. Quero com isto dizer que foi a mim, a quem atribuíram a honra (mas também a responsabilidade) de partilhar com vocês os momentos vividos na preparação desta produção.

Ao chegar, tenho logo direito a uma “entrada” digna de prato principal, as fadinhas ensaiam as suas danças com Traquinas. A coreógrafa coordena as suas pupilas, o encenador aprova deslumbrado. Não é para menos, o momento é sublime.

O tempo, esse ingrato, não dá tréguas. Está na de hora de recomeçarmos do ponto em que ficamos na véspera. Antes disso, tempo para o “xixi”. Pegamos na peça de onde a deixamos. “Sem paragens.”-diz o Marco. Não há tempo a perder. E assim é. O ensaio decorre sem parar (ou, quase sem parar). Nesta altura já não há lugar para os erros, que eventualmente acontecem devido a recentes alterações.

Chegamos ao momento da actuação dos artesãos e assim, temos de novo a Xinha a coreografar o elenco. Primeiro os nobres, depois os artesãos-actores. Dançamos cheios de entusiasmo e alegria. Está na hora de libertar energias. O momento é de grande descontracção e regozijo. Sinto-me tentado a parafrasear Vanessa Fernandes: “Faz bem ao corpo e liberta o espírito.”.

Segue-se o momento final da peça, afinámos as vozes e posteriormente ensaiámos o ordenamento dos actores para os agradecimentos finais. De novo, encenador e coreógrafa juntam-se para harmonizar a disposição do elenco. A simbiose uma vez mais acontece! Mas… falta o Filostrato. Depois se verá o seu lugar!

O ensaio acabou… A São quer falar com o elenco sobre o guarda-roupa. Primeiro as fadas, pois as “crianças” têm de ir embora -“Obrigado meninas”. De seguida, o resto do elenco. Entretanto chega o Mário André, traz os novos arranjos musicais. Como diria, Tom Peters: “It’s… show time! All the time!”.

Podeis vós, nobre público, conferir
Que a peça vos fará sentir encantadoras emoções,
Não vos desdenho tamanha fortuna,
Pois não me esqueço de que nos bastidores
Vivemos a magia de tal encanto.

Nuno Ribeiro
"Tomás Nuno Biquinho, o Muro"


Diário do Encenador

26/01/08

“A trilhar, apesar das pedras, o bom caminho.”

Hoje continuámos o que estava a ser feito ontem. Entretanto chegámos mais cedo, eu, o duende Traquinas e as bailarinas. Trabalhámos com a coreógrafa a música que o duende canta afinando os movimentos. Continuámos até que o elenco estivesse composto. Depois, iniciámos o ensaio da peça exactamente no ponto onde havíamos parado no dia anterior.

Tentei não parar as cenas, pois agora é necessário que façam o ensaio do espectáculo por inteiro, registando o tempo das entradas e saídas com o objectivo de torná-lo mais dinâmico. Entretanto, ainda houve momentos graves que tive de interromper e voltar as cenas... algumas perigosas brancas, desconcentrações e mesmo falta do texto. Mal pude acreditar quando alguns actores, com falas pequenas, voltaram a aparecer em cena com o texto escrito nas mãos. Fiquei possesso. Regressões agora não! Maldita insegurança!

Temos de reduzir os erros, agora não é mais altura para ensaios individualizados das cenas, os actores têm de estar concentrados para entrarem em cena. Fazer, fazer e fazer...

... Todo actor, mesmo com o texto assimilado, deve continuar a lê-lo em casa...

sábado, 26 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Marco A.

25/01/2007

"É preciso ter o diabo no corpo para alcançar êxito em alguma arte". – Voltaire

É com esta citação de Voltaire que começo por descrever o meu "olhar" crítico sobre os ensaios que têm vindo a decorrer desde Novembro do ano transacto, uma vez que já começamos a ver contornos daquilo que se pretende apresentar ao público.

Sermos actores amadores não nos dá o direito de se desculpar para não nos entregarmos de corpo e alma à personagem que pretendemos representar. Já estamos a pouco da estreia e ainda continuamos a "brincar". Está na altura de nos apoiarmos para que corra tudo bem, pois somos uma família... sim, porque passamos muito tempo uns com outros, abdicando dos nossos familiares e amigos. Acho, eu, que ninguém abdica de estar com aqueles que amam para estar num sítio a fazer algo que não goste, mas isso só por si não chega. É preciso ter mesmo o diabo dentro de nós para podermos arrasar.

Vamos deixar o medo, os problemas, o trabalho lá fora e vamos entrar todos de mãos dadas para a magia desta peça que com certeza será um êxito. Não basta ser profissional, porque profissões há muitas, mas são poucos os que são verdadeiramente profissionais.

Quero agradecer a ajuda de todo o elenco, porque têm me dado forças para desenvolver o meu personagem, assim como aos meus familiares e a um amigo que me dão forças para continuar a dar o melhor de mim. Também quero agradecer ao encenador pela sua exigência e profissionalismo, à produção pelo incansável trabalho de se preocupar com aqueles que deviam ser mais responsáveis, porque esta é que tem que dar a cara aos patrocinadores e a um público cada vez mais exigente. AINDA BEM!

Vamos todos dar as mãos, esquecer os pequenos problemas do quotidiano e entrar no mundo da fantasia e da magia que é este "SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO"…he, he, he, embora a estreia seja no Inverno.

Marco Andrade
“Traquinas, o duende”

Diário do Encenador

25/01/08

“Poucas palavras”

Abriram-se as portas, tempo para alguns cumprimentos e conversa rápida, aparelhagem de som ligada, o elenco a chegar e vestir-se para o ensaio. Passamos uma música e pronto! O ensaio começou. As cenas, agora, já acontecem sem grandes erros e os actores mostram-se mais confiantes.

As bailarinas foram impecáveis na adaptação dos movimentos ao espaço cénico e entrosamento com os actores.

Tudo está a compor-se e já pude sentir como poderão ficar as cenas.

Estou feliz com o andamento do trabalho. Mas sinto-me cansado e sinceramente, meu fadado diário, não me apetece falar muito hoje… Deve ser da mistura que preparei: camomila, tília e chá verde com citrinos, uma verdadeira “bomba relaxante”…

Amanhã, espero que os meus actores estejam mais afinados e melhores que hoje. Já sabem o que deve ser feito, então façam!

Cada dia melhor… Sempre… Sempre, meus lindos...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Luis Miguel

24/01/2007

Desde o início do ano que tenho vindo aqui colocar os relatos dos meus colegas actores e o diário do nosso encenador. Li sempre com muita atenção aquilo que escreveram, o formato das suas opiniões, a extensão das suas sensações. Já tivemos um pouco de tudo: desde escribas poéticos a ppl fixolas e bakano (que obviamente não apareceu em formato "linguagem mIRC e MSN" devido ao inestimável lápis corrector do meu pc... eheh!). E, é engraçado que, apesar das diferenças geracionais, dos modos diferentes de apreensão da vida, da personalidade distinta de cada um, a vontade de querer subir ao palco do Teatro Municipal e de levar o "Sonho..." a um bom porto, tem vindo a esbater as fronteiras naturais de cada um de nós, aproximando-nos como pessoas e como grupo de trabalho.

Considerações à parte, como em todos os projectos, nem tudo são rosas. No que me concerne há algumas coisas que me incomodam, em particular o facto do grupo dos "actores artesãos" ainda não ter ensaiado com o conjunto completo de elementos (não deixa de ser irónico que o momento em que eu escrevo este desabafo, ser exactamente o dia em que não vou ao ensaio... ahahah!). Mas, tenho a certeza que rapidamente esta situação se inverterá e que, em Fevereiro, arrasaremos o Teatro!

Quanto ao dia de ontem, confesso que não foi um bom dia... para mim pelo menos! Estava cansado e, depois de um dia de trabalho e de 2 horas na fisioterapia (sim, estou a recuperar de uma lesão muscular e sim... foi a jogar à bola!!!... sim, já sei... já não tenho 14 anos, blá, blá, blá...), já cheguei todo "rôto" ao ensaio... tanto que, nem sequer me lembrava do meu texto. A única coisa que se aproveitou foram as novas movimentações que o Marco quis marcar... não tenho dúvidas que ajudarão imenso e, igualmente, "limparão" a cena (isto partindo do pressuposto que ainda me lembro delas!).

Entretanto continua a labuta operária: o andar "saltitante" de sua Majestada Titânia, o braço esquerdo da "Fadão" que se recusa a levantar, o "au au" de Helena, as poses mais soltas do Oberon, uma Tisbe com problemas de garganta, o (não) choro de um Lisandro, um casal real perdido, enfim... "it's all in a day's work!". Hoje há mais. Até Fevereiro. Ai! Ai!

Luis Miguel Rosa
“Pedro Marmelo”

Diário do Encenador

24/01/08

“O Ponto Crítico”

Caríssimo diário, peço-te desculpas por eu não ter dispensado alguns minutos contigo, mas quando cheguei só tive tempo de rever algumas coisas das cenas do espectáculo e pensar no mapa de luz que ainda não está pronto… Enfim… Lá vamos nós…Apesar de já estarmos no dia 25, lembro-me muito bem o que fizemos no ensaio…

Novamente, enquanto esperávamos que o elenco ficasse composto, comecei a passar as músicas para os actores-cantores. Agora, minha principal preocupação com eles é o uso dos gestos e deslocamentos enquanto cantam. Tudo tem de ficar de acordo com as coreografias.

Quanto as outras cenas, sinto que alguns actores chegaram num ponto perigoso que é o de manter o que foi feito até agora, e em cima disso, criar, especializando-se nos movimentos e emoções vividas pela personagem. Cresceram, mas agora, se não cuidarem, podem perder-se pelo caminho. Para evitar isso, o actor deve, durante os ensaios, preparar-se antes de entrar em cena, explorar ao máximo a sua criação, experimentar e o que for bom, e de certeza que ficará bom, mas não deve fazer isso por muito tempo, pois para sentir a plenitude do momento cénico, ele tem obrigação de usar de objectividade no seu trabalho, ou seja, dar à encenação o que ela quer, entregando-se de corpo e alma, sem receios e sem castrantes auto-críticas, apenas ouvir e por em prática.

Na montagem de uma peça, é dado aos actores a história; o contexto; a ambiência pretendida; o percurso das personagens e as relações entre as mesmas; as marcas de acordo com os desenhos das cenas; os figurinos; os adereços; as maquilhagens; etc. Toda essa rica amálgama de elementos são oferecidos aos actores para que façam um excelente trabalho. Portanto, actor não se justifica, trabalha…

O espectáculo, quando estreia, passa a ser do actor. O papel do encenador, a concepção de tudo, acaba nesse instante. O “brilho” fica para quem está em cena.

É, meus queridos actores, como podem sentir, ainda temos muito que ensaiar para ficarmos perfeitos, sim perfeitos! A perfeição deve ser a nossa meta!

… E sem meu chá termino com desejo de vos encontrar no ensaio de logo mais…

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Cartaz Oficial do "O Sonho..."

Já temos cartaz para "O SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO". A autoria e concepção é de Marco Mascarenhas. Em breve estará num lugar perto de si.

(clicar para aumentar)

Diário do Encenador

23/01/08

“Fortuna adversa”

Hoje o chá é de Tília… Oh, “poderosa erva”, leva para longe os maus fluidos e acalenta a minha angustiada alma…

Começámos com as canções dos actores/cantores enquanto esperávamos que o elenco ficasse composto. Findámos essa primeira parte muito bem, mas o sorriso logo foi arrancado dos meus lábios.

O tempo urge!!! Tivemos algumas baixas no ensaio de hoje… Quando a produção avisou-me das faltas, respirei e tentei manter a calma… Cheguei a pensar em substituições, ainda há tempo… falei com a produção e há pessoas a pedir para entrar no espectáculo para fazer o que quer que seja… mas eu não posso “enlouquecer” agora… Calma… Vou ver o que acontece nos próximos dois ensaios… E segui em frente com o ensaio. Apesar do ocorrido, foi lindo ver o desempenho dos actores. Eles estão a ficar, cada vez que entram em cena, melhores e também muito mais confiantes.

O terceiro acto é o mais longo e mais intenso da peça, é muito trabalhoso e cansativo para os actores, principalmente no fim e passagem para o quarto acto. Como sempre, acrescentei coisas, alterei outras e limei mais arestas. Tudo está mais fácil, devido a preparação e a dedicação deles… Fico muito feliz com isso, meus lindos…

… Para além desse chá, acho que vou tomar um comprimido, pioraram as dores… elas são intensas… e preciso dormir…dormir…

…Sofrer os ataques e as frechadas da fortuna adversa…Morrer! Dormir…dormir… sonhar talvez! Há que pensar nesse sono eterno, quando nos libertarmos dessa mortal crisálida… (Hamlet)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Carla

22/01/2007

Cadeiras fora do espaço em que a cena começa, amontoadas como os segundos nos dias para que o ensaio comece. No silêncio das palavras nasce em cada corpo a personagem que existe hoje aqui.

Eu sou Hipólita, rainha guerreira, estou apaixonadíssima por Teseu, o duque de Atenas. Abandonei a altivez de outros tempos, rendida agora ao sentimento mais nobre que me unirá ao meu duque. Há vozes e músicas, melodias que ouvimos distantes e que embalam o nosso encontro. Devem ser duendes ou fadas que passeiam na floresta. Prepararão em surdina o nosso casamento?

Teseu ofereceu-me uma rosa, eu transbordei de felicidade em cada uma das pétalas, comovida com tamanha gentileza e afecto. Egeu veio interromper-nos evocando a lei da cidade, pois tinha dado a sua palavra a Demétrio como a sua filha casaria com este nobre ateniense: Hérmia apaixonara-se por Lisandro. Em outros tempos teria saído imediatamente em defesa de Hérmia, talvez a recrutasse para junto das minhas guerreiras, mas confesso que me incomodou não só o longo diálogo, mas sobretudo o facto destes nobres terem interrompido o passeio com o meu noivo. Contudo, fiquei deslumbrada com a firmeza da voz, inteligência na decisão e autoridade do meu duque, próprias de um chefe. Logo depois, seduzida, pela cortesia com que se aproximou de mim, relegando para segundo plano aquela discussão interminável!

Eis senão quando, para nós perfeitamente audível, a voz de Júpiter soou do Olimpo anunciando: “Vamos repetir tudo do início!” Cronos e Júpiter unem-se por vezes a brincar com as linhas do tempo. E eu volto a receber uma rosa, revejo a paixão nos olhos de Teseu e, subitamente, aquela é a única verdade em que existo. É tudo o que preciso para cair nos braços de Teseu.

O Deus dos deuses anunciou no final de tanta paixão, encontros e desencontros: “Acabámos por hoje!” Ficámos, assim, suspensos no tempo. Será que amanhã receberei o amor de Teseu numa rosa? Será que celebraremos o nosso casamento? Expectante, desejo que se faça a vontade dos deuses, mas sei que encontrarei sempre o colo de Teseu para acalmar o fervor da paixão.

Acabando o ensaio, as cadeiras retomaram o espaço sem vida onde persistem alinhadas no tempo e no espaço. Arrumámos no corpo as imagens em que fomos outros. Depois, com as mãos nos bolsos do cansaço quotidiano, voltámos aos papéis de todos os dias.

Carla Martins
“Hipólita”

Diário do Encenador

22/01/08

“Passeio dos Actos”

Passámos o 1º e 2º actos duas vezes. Na primeira vez, no fim, avaliei o desempenho dos actores quanto algumas entoações e deslocamentos. Voltei a fazer pequenos acrescentos e continuei a “limar as arestas” com comentários objectivos e precisos.

Na segunda vez que passámos, os actores reagiram muito bem e quase tudo o que falei foi aplicado, eu digo “quase” porque, durante a passagem, alguns lembravam do que havia sido falado e então voltavam a repetir da forma mais correcta… Portaram-se muito bem, meus queridos… Infelizmente, já era tarde, tivemos de acabar com o ensaio, portanto não pude tecer comentários avaliativos, ainda falei com alguns, de fugida, já à saída do espaço. Teve um outro actor, de quem gosto muito, que me veio de mansinho, com os lindos olhos a brilhar, envolto numa aura de insegura dúvida a perguntar-me: - então, como é que foi? Estou melhor? Eu quero saber tudo… Com muita pena, por não poder estender a conversa, apenas disse-lhe: muito melhor, foste muito melhor na segunda passagem.

Agora, a caminho da recta final, do fim da “gestação”, já começo a sentir uma certa nostalgia por ter de vos deixar… Hoje estou um bocado piegas… Ai, ai…Acho que é do chá. Troquei de tisana…Vou cortar o cabelo, preciso mudar…

Bem, mas ainda temos muito trabalho até a estreia, temos de nos concentrar nisso, “e só nisso”, agora é o momento, não podemos abrir mão dos ensaios, a partir de agora temos de sacrificar alguns compromissos pessoais, desculpem, mas temos de estar no mesmo barco. Vamos estrear inteiros, unidos e confiantes no nosso trabalho… É legítimo…

Um actor, também de minha estima e grande consideração, com quem já tive a oportunidade de trabalhar, lembrou-me de uma das minhas máximas: “Actor não se justifica, trabalha!”… Achei lindo…

Hei… O resto do elenco que não fique com inveja, eu também estimo e gosto muito de todos ok? Bem… Se em que alguns… É melhor deixar para lá…hehehe… brincadeira meus lindos… Amo todos, cada qual com sua particularidade.

Fazer um espectáculo é como viver uma história amorosa, do primeiro contacto surgem a atracção, o interesse e a troca, depois tudo culmina no prazer desenfreado e loucamente gostoso da paixão. Depois tudo acalma, finda e distancia, deixando na alma uma inesquecível marca de saudade.

…Nossa!... Hoje “pirei na tranza”… Mesmo… Tenho de trocar de chá… Não sei como vou conseguir dormir… Acho que estou a precisar de “algo”… um pouco de…Enfim, ultimamente mais pareço um Frade… hmmmm… É só carência momentânea…Vou tomar um duche urgente!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Neto

20/01/2007

Eu a pensar que me safava do aquecimento. Não senhores, não! Toca a aquecer, andar, interiorizar, exteriorizar, relaxar, inspirar, expirar, colocar o ar no “cinturão pélvico”, colocar a voz, soltar a voz, ginástica facial, etc. Hoje não me apetecia aquecer, mas é assim, acabam por ser os dias com melhores resultados.

É claro que para variar há uns eternos retardatários, lá no grupo coral também é assim, ainda não se aperceberam da importância dos exercícios de aquecimento, depois cantam de boca quase fechada. Colocar a voz na máscara, usar o palato, diz o maestro.

Bem, mas continuando no teatro, hoje não sentir a garganta cansada, devo ter usado o cinturão pélvico e colocado melhor a voz.

Falta um mês para a estreia! Vejo todo o mundo muito relaxado, falta muito pouco tempo (não esquecer que como amadores há que dar o “litro” no trabalho e em cena), não é preciso dizer mais nada … Leiam o subtexto.

A peça começa a tomar forma. Gosto! Música, baile. Peças e cantigas! Surpreendeu-me o Prof. Mário André (também compõe hip-hop). Boa! Há tanto tesouro escondido. Há que esculpir o basalto, muita pedra por aí só usada para brita. Boa Vânia.

António Neto
“Teseu”

Diário do Encenador

20/01/08

“Tranquilidade intranquila”

Comecei o ensaio com alguns exercícios de aquecimento corporal e vocal e comecei a passar o espectáculo todo.

Agora entramos noutra fase, deixo os actores actuarem e só no fim falo sobre o desempenho. Só interrompo uma cena quando é extremamente necessário que eu o faça. A bola está em campo, os “jogadores” já sabem o que deve ser feito e quais as estratégias para se alcançar um excelente desempenho. O momento passa a ser deles.

Depois, reuni-me com a produção para saber a quantas andava a coisa. Entreguei-lhes a Arte Final do material de divulgação. Os cartazes e postais já estão a ser feitos, entretanto para o programa ainda falta alguns dados será feito mais tarde a pedido da produção. Por fim, vi o que será o figurino, os tecidos, prazos de entrega, etc. Alguns reajustes aqui e ali e já está… Sinto-me mais tranquilo…

… Está quase…

domingo, 20 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Mariana

19/01/2007

Depois de dois ou três relatos esquecidos aqui está ele, finalmente!

Hoje foi das poucas vezes que cheguei cedo ao ensaio, que vergonha, mas uma rainha tem que se arranjar! Começámos por fazer um aquecimento engraçado e relaxante para soltar e trabalhar mais alguns movimentos. Soube bem para descontrair e interessante visto que depois, a meu ver, não fiquei "tão presa". As fadinhas ginastas vieram ao ensaio, acompanharam-nos no aquecimento e entraram também na sequência da peça, nas suas cenas. Fico maravilhada com os seus movimentos e o nível tão avançado que já estão.

Como o elenco estava já algo desmembrado porque alguns sairam mais cedo para um casting de um filme sueco qualquer, não ensaiamos a peça toda, ficando então a Xinha a ensinar e melhorar alguns passos das fadas.

Conseguimos ver já algumas danças e o seu efeito e apesar de ser tudo muito novo, está a ficar muito giro, e o final então... parece me que vai ficar maravilhoso! (isto é, se a Tatiana não dançar!! Eheh! A exibição dela foi mais para o lado cómico enquanto substituia uma das fadas). Os actores estão todos com os textos mais ou menos sabidos, e eu ainda me falta umas falinhas que tenho mesmo que começar a por na cabeça.

Gostei do ensaio, e as musicas e as danças deram logo um toque especial. Tentei desenvolver alguns gestos e falas consoante as dicas preciosas dadas pela Maria José e pelo Luís Miguel no dia anterior. Até amanha elenco. Agora ninguém nos pára!


Mariana Moniz
“Titania, a Rainha das Fadas”


Diário do Encenador

19/01/08

As "picaretadas" continuam a sulcar o monte

Por volta das 15 horas comecei uma aula de corpo e levantamento das personagens. A seguir comecei a passar o início do espectáculo e conforme fui avançando as cenas, avaliei os desempenhos. A evolução é evidente, mas tinha de integrar as bailarinas e novamente trabalhei com a Coreógrafa, ela estudou minuciosamente os movimentos, de acordo com as melodias, unindo-os num belo esboço de coreografia… Gosto de trabalhar com ela, enquanto trabalhávamos lembrei-me dos meus tempos de faculdade com a Prof. Eva Shull e Prof. Elizinha, da amiga e Coreógrafa dos meus espectáculos, no Brasil, Sandra Zugman, maravilhosa! E outros tantos professores e profissionais maravilhosos que passaram pela minha história, ah… Bons tempos…Saudades…

Estou muito feliz com esse trabalho, é um presente, uma honra … Como temos pessoas talentosas nessa ilha! Nesse país! …

Houve instantes que senti-me em perfeita harmonia com a Coreógrafa e o Director Musical, os três a trabalhar em uníssono, envolvidos na mesma paixão pelas artes cénicas. Foi como se pintássemos um quadro à três mãos. Mas ainda temos muito trabalho pela frente.

Infelizmente alguns actores tiveram de faltar ao ensaio devido a um casting de uma produção sueca qualquer, e outras “coisinhas” mais que não me recordo e nem quero “descoser” a esse respeito, dá cá uma preguiça só de pensar, mas fazer o quê? Tenho de manter-me concentrado no espectáculo, mais nada… O que é que eu queria dizer mesmo?... Ah lembrei-me… Bem, devido a isso, dispensei os actores e fiquei a acertar coisas com a Coreógrafa, com o Director Musical, com alguns actores/cantores e actrizes/bailarinas... Como são lindas as Fadas e que movimentos graciosos, parabéns minhas lindas e obrigado...

… A pensar no ensaio como um todo... Apesar de todo o esforço, cansaço e lindos momentos, não foi um ensaio como eu gostaria que acontecesse… Lamento muito...

sábado, 19 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Nuno S.

18/01/2007

"Atenção, todos os actores embora lá para fora que os ensaios vão começar. Aproveitem para estudar o texto." É verdade o nosso ensaio começou assim, devido à presença da coreógrafa que apresentou as coreografias às suas dançarinas.

Dado o meu gosto e curiosidade resolvi ficar a observar atentamente o ensaio das coreografias. O início foi um pouco complicado devido à falta de ritmo de algumas actrizes. Mas no fim, já se denotava um maior entrosamento e entrega na realização das ditas coreografias. Adorei essa parte do ensaio, e as coreografias surpreenderam-me pela positiva.

Na segunda parte do ensaio, já com os actores em palco continuou-se o ensaio da peça. Alguns ajustes espaciais, corporais e vocais concretizaram o resto do ensaio. Começa-se a desenhar a peça e cada vez começa a ser mais exigente o nosso trabalho.

Aspecto mais positivo do dia de hoje: nenhum actor levou o texto em papel para cima do palco. Parabéns. O que interessa mesmo é que a gente... interprete o texto.


Nuno Santos
“Nicolau Canelas, o actor artesão”


Diário do Encenador

18/01/08

Dançar, dançar e dançar…

Hoje o ensaio foi praticamente todo para as Fadas Bailarinas e Fadas Cantoras. Deixei a Coreógrafa trabalhar à vontade e quando chegou o momento apropriado, dividimos opiniões e definimos algumas coisas de acordo com o cenário e a música que temos. Sinto-me muito bem ao trabalhar com ela. Pronto, a confiança está estabelecida e vejo que ela é uma excelente profissional. Do resultado de hoje, apenas trabalhamos uma das cenas das Fadas. Amanhã passarei, novamente, o espectáculo todo com o objectivo de inserir novas coreografias… Já começo a ficar em pulgas para ver o espectáculo pronto, todo afinado… e fazer com que as bailarinas apreendam as cenas que tomarão parte.

Depois ensaiei as cenas iniciais do espectáculo com as devidas modificações adaptativas ao espaço de apresentação. Não foi difícil para os actores, pois já estão imbuídos da necessidade de adaptações que iremos fazer quando chegarmos ao teatro. Voltei a acrescentar e afinar pequenos detalhes… Parabéns meus queridos, portaram-se lindamente…

O elenco está a tomar, cada vez mais, consciência do espectáculo que temos nas mãos, foi muito bom poder ver os actores que estavam fora de cena a estudar as falas e alguns a agirem como se fossem as personagens… É isso aí, meu povo…

O ensaio foi proveitoso, mas ainda falta muito trabalho para ser feito.

… Não posso me esquecer de comprar chá…

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Diário do Encenador

17/01/08

Atitudes

Voltei a trabalhar pormenores e aumentei o nível de exigência no trabalho dos actores… Bem, agora sem o “maldito papel” nas mãos, vou “tirar” cada vez mais deles… As doses “homeopáticas” estão a resultar, mas ainda encontro uma certa resistência ou dificuldade da parte deles.

Comecei o trabalho, antes da hora determinada para o início do ensaio com apenas um actor que havia chegado mais cedo. Inicialmente, trabalhámos um pequeno texto que ele dizia “não estar decorado”, então, ajudei-o assimilar as ideias e, eis que tudo aconteceu! Entretanto, ele tem de fixar o que estudamos minuciosamente.

Depois, passámos o 4º e o 5º actos da peça. Interrompi todas as cenas como se eu estivesse no trânsito, na hora de ponta, no famoso “pára arranca”. Essas paragens não foram apenas para corrigir alguns erros, mas sim, para acrescentar elementos novos na interpretação dos actores, para aprimorá-los, enfim “aparar as arestas” ou “lapidar o diamante em bruto”. Nessa cansativa tarefa, procurei manter o bom humor e ânimo dos actores… Ah, como é bom ver que alguns, quando não estão em cena, continuam a estudar o texto e preparam-se antes de entrar em cena. Só espero que isso tome conta do elenco todo, pois eu “sonho numa noite de inverno” com o dia em que todos os actores estiverem a aproveitar, individualmente, cada minuto para estudarem as falas, massajarem as cordas vocais (só exercícios músculos faciais e não ficarem a “berrar” pelos cantos. À noite, as vozes já estão suficientemente aquecidas e até cansadas), alongarem a musculatura e, finalmente, concentrarem-se antes de entrarem em cena… “Havemos de lá chegar”…

Concluindo, apesar de … Foi um bom ensaio.

… Hoje, não me apetece chá… Apenas alguma nozes… Eu não devia comer isso, está tarde… Mas, olha! Apeteceu-me!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

DN sobre a Peça

O Diário de Notícias da Madeira publica hoje uma peça sobre o novo trabalho da Companhia, "O Sonho de Uma Noite de Verão", da autoria da jornalista Paula Henriques.

(Clique para aumentar)

Relato do Dia - Sandro

16/01/2007

Hoje, o ensaio foi a quatro. Bem, a cinco... Quer dizer, até foi a seis, se tivermos em consideração o público inesperado que tivemos.

O dia não me tinha corrido lá muito bem. Depois de uma noite mal dormida, de uma manhã ruidosa (malditas obras frente ao meu prédio!!), a ligeira constipação e tosse irritante não me deram tréguas ao longo do dia, para além de estar parcialmente afónico (que impressão, fazer um esforço tremendo para falar e a voz teimar em não sair).

“Não consigo ensaiar assim!”, ainda pensei para mim algumas vezes ao longo do dia. Mas é mais forte do que nós, esta vontade de criar, de aprender, de estar com os amigos, de sentir sensações e emoções, de descobrir sentimentos e verdades no interior de Lisandro, que teima em se esconder ainda atrás de um texto inseguramente memorizado.

Lá estivemos os quatro apaixonados a ensaiar algumas das suas cenas mais importantes, feitos “heróis”, diria, pois pela primeira vez nenhum de nós teve, em cena alguma, o texto em mãos, ainda que uma voz mágica e atenta, por vezes, nos salvasse das nossas ainda compreensíveis brancas.

O encenador chamou-nos hoje à atenção para a importância dos ritmos certos das frases e do cuidado a ter com a dicção, pois por vezes a emoção faz-nos correr o texto e descurá-la.

Fizemos progressos importantes. Há que registá-los nas memórias e sentir o corpo dos personagens ganhar forma e vida através dos nossos e as personalidades das mesmas falarem através de nós. Diria que se trata quase de um sentimento de possessão que o actor tem de controlar com a sua técnica. A Verdade do Teatro tem de vir ao de cima, falta o Acreditar e a convicção de que, em palco, “somos” uma alteridade, um “outro”.

Bem, e esta voz que teima em não sair? Ainda pensei em fazer um chá, como alguém que nós sabemos, a esta hora, certamente está a preparar. Mas... bem, acho que me fico mesmo pela poncha, os chás nem sempre me caem bem.

E agora, “descansem bem, tesouros meus”, porque amanhã há mais.

Sandro Nóbrega
“Lisandro”


Diário do Encenador

16/01/08

Reduzindo a velocidade

… Hoje é chá verde com aroma de citrinos…hmm…Bem melhor…

Hoje ensaiei os com casais de apaixonados. Durante as cenas fiz os actores voltarem o texto diversas vezes, obrigando-os a imprimirem um ritmo mais lento às falas… As ideias começam a ficar mais claras... Há uma tendência em correr o texto depois de estar memorizado que deve ser controlada. Enquanto os actores diziam as deixas dei uma maior atenção ao subtexto das personagens e seus objectivos. Foi cansativo mas foi um ensaio com aproveitamento.

Os actores, como sempre e ainda bem, mostraram-se empenhados e apoiaram-se mutuamente durante as cenas mais difíceis. Com o “núcleo” de hoje já consigo vislumbrar um “Bom Porto”. Mas estou ansioso por mais e melhor.

…Por hoje chega, o chá terminou e o tempo acabou… Um beijo carinhoso para o meu querido elenco e até amanhã.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Ricardo

15/01/2007

Ora bem…começo por onde…à sim pelo ensaio. Hoje ensaiamos no local alternativo, no local que trás a muitos dos actores deste elenco tantas recordações, a Escola da Levada…a minha escola (sim hoje a porta abriu-se, o pior foram as cadeiras, que trabalheira, para alguns…enfim).

O Marco foi logo directo ao assunto…primeira cena, primeiro acto e toca a fazer até aprenderem. Vamos entrando, esmiuçando, cada pormenor, cada detalhe, para que tudo se interiorize e pareça real. Vamos procurando corresponder, com maior ou menor dificuldade, mas vamos. A Hipólita acrescentou uma rosa à cena…o Marco “achou legal”, bora para a frente que vem ai o Egeu.

Tentei entrar a matar como o encenador pediu, resultou, o texto é que saltou, mas eu chego lá. A tirania deste pai ainda me esbarra na malvadez do “Coito”, o Fraco, os gestos de dedo e os saltinhos ainda são dele, mas vou conseguir deixá-lo para trás.

A contracena também ajudou, sentir os colegas mais seguros também me torna mais seguro e aos poucos vou entrando na personagem. Apesar disso prefiro o outro o Filostrato. Talvez por ser mais personagem tipo, entrei logo, imaginei-o logo na minha cabeça. Um mestre de cerimónias, cheio de cerimónias, um senhor das artes, também ele um pouco artista. Gosto, vai mais comigo.

O ensaio lá decorreu…não entrei mais em cena…mas gosto de estar por fora, apreciando o trabalho dos colegas também aprendo. Seguem-se os actores ou “Saltimbancos” para não confundir. Depois as fadas: a fada, a fadinha e…a "fadona", com seus gestos esvoaçantes a mil à hora…“calma fadinhas…16 tempos…isso”. O Marco está imparável…rimo-nos a “bandeiras despregadas”. Depois a cena do cãozinho “au au”... que paródia...“ta legal…não perca isso”…“calma Helena, articula”…um ensinamento a reter por todos. “Não basta decorar o texto, é preciso compreender as intenções”.

E deram as 11, assim sem mais…fomos que amanha há mais.

Bom descanso, mas nada de “dar bota por ai” decorem o texto. Seus malandros.

Ricardo Sales
“Egeu/Filostrato”


Diário do Encenador

15/01/08

Falar, falar, falar, mas sem dizer...

Bem… Depois de um breve intervalo, cá estou eu novamente…

É aniversário do meu amado irmão mais novo… Saudades… Parabéns para ele! Muito sucesso… Falamos ao telefone… Foi óptimo…

O Ensaio começou muito bem e correu dentro do previsto. Ensaiamos o 1º e 2º actos. Eu trabalhei as intenções de algumas falas das personagens. Agora, com os actores sem o texto na mão torna-se mais fácil dirigi-los. Pedi-lhes para repetirem as cenas diversas vezes, até que fixassem a forma mais correcta, e eles mostraram-se com energia e boa disposição. Bem sei que as repetições e ensaios pormenorizados tornam-se maçadores para quem está fora de cena, mas aliviei a tensão com alguns comentários em tom de brincadeira e a explosão do riso foi deliciosa.

Preocupa-me ainda o “movimento da fala”. “Diminuir o ritmo das falas está a ser um tanto trabalhoso. Há, ainda, muita ansiedade da parte de alguns actores que aceleram as palavras tornando-as incompreensíveis, o pensamento da personagem (o subtexto) deixa de existir, pois não visualizam as ideias, portanto não comunicam-nas.

… Decorar um texto e “vomitá-lo, muitos o fazem, mas interpretá-lo e transmiti-lo, com qualidade, ao público, são poucos os escolhidos… Escolhidos? Não! Os que deixam-se escolher e recebem o real conhecimento da “Arte de Comunicar” no Teatro…Hmmm… Fiz um chá de hibisco ou hibiscus, não sei ao certo, demasiado forte, azedo… Aarrrg! … “Pirei na Tranza”…

Voltando.

Só sei que tenho de “desacelerar” o ritmo da fala de muitos actores. Só espero que lembrem-se do que trabalhamos e “fixem” (de “fixar”: guardar na memória… ôoôoôoôoô…). O pensamento é muito mais rápido do que a fala. Quando o actor sente que está a acelerar o ritmo, a falar muito rápido, deve respirar e pensar na fala seguinte e, assim, recuperar a fluidez do discurso da personagem.

Bem, apesar de alguns pormenores preocupantes, volto a dizer que tivemos um bom ensaio.

… O chá terminou… Já passa das 3 da madrugada… Vou descansar… Até amanhã diário…

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Marco

13/01/2007

O corpo pede descanso... os olhos teimam em querer fechar e repousar... o ensaio de hoje foi “violento”.Os exercícios de relaxamento e interiorização deixam-nos sem fôlego, mas são muito retemperadores.

Hoje o desafio foi lançado pelo encenador. Vamos improvisar. As mesmas personagens, o mesmo contexto da peça, mas tivemos de criar novas situações para contracenarmos separados por grupos. A imaginação, o talento e o empenho de todo o elenco foi por todos reconhecido, e principalmente pelo encenador.

Depois, veio o ensaio “a sério”. Percorremos todas as cenas, incluindo já as músicas com a dedicada orientação do Prof. Mário André. Terminámos um pouco mais tarde do que o normal, mas mesmo quase vencidos pelo cansaço ainda conseguimos entoar com alegria e palmas a música que encerrará a peça.

Tudo começa a ganhar forma, e que linda forma está a tomar... e ainda nem começámos com as coreografias. Que desafio... dançar.

E eu que pensava que seria um tímido regresso ao teatro. De repente, e fruto de uma alteração no elenco, eis que me cabe o papel de... Oberon! Meu Deus, que responsabilidade! Mas ao mesmo tempo, que entusiasmo. Poder representar e cantar, duas paixões no mesmo espectáculo... Ainda estamos a um mês da estreia e já estou em pulgas. Nem quero imaginar como estarei daqui a 2 ou 3 semanas.

Antes que me torne maçador, só queria expressar a minha alegria por estar inserido num grupo com pessoas fantásticas, sempre sorridentes e muito bem dispostas. E se alguns são amigos de longa data, outros são novos amigos que espero guardar para toda a vida. Obrigado a todos pela experiência fantástica.

Agora, cama...

Marco Barradas
“Oberon, Rei dos Elfos”


Diário do Encenador

13/01/08

Coisas Afins

Hoje comecei o ensaio com uma aula de corpo com movimento livre, depois trabalhei as personagens e a relação entre elas. Dividi o elenco em três grupos: os apaixonados, os actores e as personagens do mundo das Fadas e Duendes. Através de improvisações apontei os erros de raciocínio, atitudes corporais e relações das personagens de acordo com os perfis psicológicos previamente elaborados. A seguir, depois de um brevíssimo intervalo, começamos a passar a peça do princípio ao fim. Evitei interromper o ensaio, apenas o fiz quando um problema de interpretação mostrava-se grave demais… Estamos a evoluir, mas tudo ainda está muito cru …

O Director Musical fez novos apontamentos sobre as entradas e formas de som e lhe pedi para revisar, suprimir e modificar algumas músicas.

A Coreógrafa não foi ao ensaio, ainda estou à espera de ver o seu trabalho de acordo com o que eu imaginei para o espectáculo.

O ensaio foi extenuante, mas foi um bom ensaio. Fiquei feliz com os progressos.

Agora que as coisas com o elenco estão mais nos eixos, minhas atenções voltaram-se para a Produção. Preocupa-me, pois ainda não vi nenhum figurino pronto, apenas vi alguns esboços que devem ser revistos de acordo com que eu falei no mês passado, e depois devidamente aprovados. Estamos a um mês da estreia, só espero que tenham condições para fazê-lo em tão pouco tempo para um elenco tão grande... Talvez a “Magia Madeirense” faça-se presente… Espero… Quanto ao cenário, parece que finalmente está a ser providenciado, mas tenho de rever algumas coisas técnicas com os “confeccionadores” e com o próprio Teatro… Tenho de voltar a falar com eles sobre a bendita mobilidade do cenário…Pensar…Criar… Modificar…E aceitar, sem escapatória às adaptações, as limitações que se apresentarem…Apenas uma preparação psicológica pessoal…

Fui seduzido, atribuíram-me algumas “funções” extras para além da encenação como a criação do cenário e o cartaz, um está definido a mais de um mês, o outro termino essa semana.

… Sem problema, funções extras, mas eu tenho de deixar de repetir isso na minha vida, é como se levassem três pelo preço de um, já tive progressos na alteração desse padrão, estou melhor, antigamente cheguei a ter o meu nome citado, no programa de um espectáculo, pelo menos umas sete vezes …

O encenador é um artista por excelência que deve pensar, criar, esquematizar, organizar para apenas encenar o fruto de sua imaginação, com regras, conhecimento e acima de tudo muita “paciência limitada” para gerir conflitos e fazer-se de surdo, de vez em quando, com curiosos comentários ansiosamente inadequados que podem surgir durante o processo da criação…

Não sou um encenador histérico que age aos gritos com os actores. Primeiro, porque acho isso pouco educado e animalesco, poucas vezes usei de gritos para me fazer entender, e realmente os evito, porque se começo a gritar, as coisas desandam à minha volta… Engulo num grito surdo para depois desabafar de variadas maneiras…

Amanhã descanso… para o elenco é claro (sim, eu sei que todos trabalham em outras coisas, enfim) … Eu fico por cá, a pensar nos meus queridos actores, no espectáculo, no cartaz, na produção, no sol, no mar, na chuva e no chá…

domingo, 13 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Ana Marta

12/01/2007

Em primeiro lugar gostaria de realçar a sorte que tenho em estar inserida num grupo de teatro empenhado, animado e, sobretudo comungar de um grande objectivo que é representar.

Hoje foi mais um dia em que sai de casa com interesse e desejo em vos encontrar, em trabalharmos juntos e ao mesmo tempo divertirmo-nos. O ensaio de hoje foi diferente, pois começámos a unir os actos e a representar a peça do principio ao fim.

Foi um trabalho árduo mas de grande satisfação ao vermos o resultado adquirido. Ainda houve tempo para um pé de dança no inicio e no final pousarmos à frente de uma câmara fotográfica. Ainda somos jeitosos ou então o fotógrafo era de muita boa qualidade, porque deveríamos estar com caras de cansados.

Mantenho grandes expectativa em relação á coreografia da professora Luísa e que o espectáculo seja glorioso.

Ana Marta
“Fada Teia de Aranha Rendilheira”


Diário do Encenador

12/01/08

Dos Retalhos até a Colcha

Chegámos para mais um ensaio. Comecei com uma breve e já conhecida introdução para integração do grupo e, seguidamente, dividi o elenco em dois grupos. Pedi-lhes que se sentassem no espaço supostamente compreendido como coxias. Nenhum actor na plateia durante a passagem da peça!

O ensaio começou e as cenas decorreram como previsto. Houve melhorias e já pude sentir como poderá ficar o espectáculo. A coreógrafa fez novos apontamentos e pedi-lhe para ter atenção em alguns pormenores pertinentes. O objectivo desse ensaio era dar ao elenco a noção do espectáculo como um todo e avaliar o desempenho dos actores, é claro.

Senti, finalmente, que a nossa “colcha de retalhos” começava ser cosida. Alguns pontos de alinhavos aqui e acolá começaram a revelar uma agradável combinação de cores… Hoje sinto-me um bocado costureiro…vou buscar outro chá…

O ensaio acabou por ser melhor do que eu esperava, entretanto houve, por momentos, alguma agitação entre os actores que falavam quando estavam fora de cena e acabavam por desconcentrar os colegas que estavam a actuar no palco, mas nada que não fosse resolvido com um “leve” levantar de voz… Temos de ter disciplina e respeitar o trabalho dos outros…

Também senti que quanto mais se aproximava o fim da peça, mais as coisas ficavam difíceis para os actores, os textos escritos voltaram para as nervosas mãos, marcas eram esquecidas e cenas foram repetidas. Em compensação fiquei com um sorriso de orelha à orelha quando um dos actores principais, vítima involuntária das alterações do elenco, largou o texto escrito e esforçou-se para lembrar das deixas… “Parabéns meu lindo!”…

Caminhamos em frente e durante quase todo o ensaio mantive meu carinhoso sorriso, assegurando a continuidade do trabalho dos actores.

Senti-me feliz pelo resultado final. Dispensei todo o elenco e fiquei apenas com os actores/cantores e o Director Musical para ensaiarmos as músicas. Foi bom, mas ainda temos muito trabalho.

E o chá acabou… Amanhã há mais…

sábado, 12 de janeiro de 2008

Apresentação do Elenco

Eis o elenco completo dos actores de "O Sonho de Uma Noite de Verão", pela Companhia Contigo Teatro.

(cliquem para aumentar)

Veja também as fotos dos ensaios até à data - clique aqui.

Foto de Grupo


O SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

O ELENCO

Relato do Dia - Márcia

11/01/2007

Hoje foi o ensaio mais esperado para as Fadas!!!!

20h em ponto. hora combinada... e nada... e o frio à porta brrrrrrr!!! Os elementos do grupo chegam gota a gota, houvem-se murmurinhos e risos. Cada vez mais o grupo começa a conhecer-se e a divertir-se. A interacção, a confiança, o gozo de estarmos juntos aumenta.

Por volta das 21h inicia-se o ensaio e as fadas ansiosas por entrarem em cena! Chega a Xinha e que ALEGRIA! finalmente a atenção das fadas merecida! mas... não, não seria para já,a dança fica para um outro dia. Apenas um olá, pois é necessário uma primeira contextualização da coreógrafa na peça. É necessário ainda um ensaio corrido, a apresentação da música, e o estudo das entradas e saídas das fadas, só temos de esperar mais um pouco.

O ensaio de hoje, em geral, correu muito bem! começamos a sentir o ritmo e a ver a peça ganhar forma... a dedicação e empenho dá os seus frutos...

Dica do Dia: não se esqueçam de ligar o alarme, só depois de fecharem a porta!

Determinação e Energia para todos nós!

Márcia Pereira
“Fada Mostardinha”


Diário do Encenador

11/01/08

Escalar às picaretas

Antes de começar vou buscar, como sempre, um chá…

Hoje também ensaiamos por escala de cenas. Ensaiar, ensaiar e ensaiar… Não consigo pensar em mais nada. Cada vez que avançamos mais um pouco, fico feliz, mas precisamos ensaiar, e muito. Hoje passamos a cena final e o desfecho do espectáculo ainda está por acontecer.

Amanhã passaremos a peça toda. Ainda tenho actores com textos nas mãos, é certo que tive de fazer algumas alterações e substituições de elenco, também é certo que alguns novos actores entraram agora, mas às vezes penso: será que não há tempo nem de dar uma vista de olhos nas falas? Mesmo que seja enquanto estão na casa de banho, ou antes de dormir, ou quando levantam-se da cama (eu sei, essa é difícil, eu mesmo só consigo fazer isso tomando um lauto pequeno almoço e sem pressa, confortavelmente banhado pela luz do sol da manhã, como se estivesse a ler o jornal). Basta uma leitura diária entre os afazeres e compromissos… “Texto não decora-se, assimila-se”

O teatro é cruel na sua verdade, não há como mentir ou “fazer de conta” como numa brincadeira de criança, vê-se claramente quem estuda o texto e quem não estuda.

Quando estudamos o texto, mesmo depois de memorizado, acabamos por descobrir mais elementos que reforçam a Fé Cénica necessária para a Função. Acreditar na realidade criada, na realidade da vida da personagem, só assim o actor terá a segurança necessária para actuar diante de um público. E com o texto escrito entre as mãos é impossível sentir isso… “My God”…

O actor, quando está em cena, deve sentir o poder que lhe é dado pelo espaço cénico, pela situação do contexto da peça; calafrios, dúvidas e medos não devem fazer parte do seu vocabulário. O tal “friozinho” ou “friozito” que sentem antes de entrar em cena e acreditam que isso é bom, mesmo que seja por segundos, para mim é mito. O ideal é o actor estar seguro de si e do seu trabalho. Ele deve concentrar-se para estar pleno e “arrasar”, é para isso que ele ali está… Mais nada…

Enfim… Hoje o chá não desce… Se não fosse tão tarde tomaria um uísque para brindar e acalmar um pouco…hmmm… só um golinho… 24 anos de teatro… hic! …E viva os meus actores! …hic! Não resisti!...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Tatiana

10/01/2007

Hoje, fui apanhada de surpresa, pois coube-me a mim escrever no diário. Bem, o ensaio correu particularmente bem! Sinto-me cada vez mais à vontade com a minha personagem “Helena”. Umas falas já estão decoradas e interiorizadas, as outras estão a ser preparadas ainda a pormenor.

A confiança com as outras personagens está cada vez melhor, por vezes, quando tenho daqueles momentos em que penso “poça!... não consigo dizer” ou “falta-me sempre qualquer coisa”, estão lá todos prontos para me ajudar a reflectir e a não estar tão tensa e ansiosa em relação às coisas.

Os momentos cómicos que aconteceram durante o ensaio de hoje foram como sempre alvo de grande “alarido”, o que faz bem para a descontracção momentânea.

Sem mais por dizer, “Muita merda” que é como dizer Boa sorte, para TODOS.

Tatiana Carvalho
“Helena”


Diário do Encenador

10/01/08

Parece, mas nem tudo são flores…

Hoje foi mais um ensaio por escalas. Fiquei particularmente satisfeito, pois a maioria dos actores arriscaram passar as cenas já sem o texto na mão. Começam a vencer as inseguranças … Acrescentei novos elementos como novas inflexões, alterações de estado de ânimo e novas marcas que surgiram inspiradas nas atitudes das personagens.

Também hoje reparei, novamente que um dos actores, também professor voltado para as letras, quando não estava em cena, mostrou-se interessado na maneira como os outros davam as deixas, em particular uma actriz, ele aproximou-se respeitosamente e pediu-me consentimento para intervir… Não era a primeira vez que ele fazia isso… Assenti, entretanto regressei à cena e pedi que a actriz repetisse a fala, então observei-o se ele estava atento e, no momento certo, chamei-lhe a atenção para ouvir a cena… Hmmm… Acho que ele pode ser um bom assistente, mas é melhor não sobrecarregá-lo e deixar as coisas como estão, se as coisas forem pertinentes com a criação, serão aceitas, senão forem pertinentes, serão como se nunca tivessem sido ditas … A novata, mas talentosa actriz, acabou por corrigir-se e ficou óptimo, só espero que ela lembre-se do que fez.

As fadas começam a preocupar-me, sei que é difícil de visualizar / imaginar o espaço do cenário, mas temos de manter a calma. Acredito que assim que elas estiverem a dançar as coreografias e a cantarem como deve ser, hão de melhorar… Senão, terá de ser na … Enfim, logo vejo como conseguir que elas espevitem no meu Baú de Estratégias…

Algumas cenas continuam “travadas”, esforço-me para que os actores tenham a noção que o espaço no palco do teatro será bem diferente do palco dos ensaios e teremos de nos adaptar rapidamente, teremos de ser bem objectivos. Para amenizar as coisas mostro-lhes o desenho do cenário… Isso tem de resultar…

Bem, foi mais um ensaio com seus pontos altos e baixos, na maioria altos e ainda bem, só espero que o próximo ensaio corra tão bem como o de hoje, pois alguns actores irão faltar, a coreógrafa vai para estudar e se possível marcar movimentos, e eu, novamente, terei de adaptar-me… Ai…

O chá, necessito de mais chá… está a saber-me bem…A lua está a entrar no quarto crescente, espero que tudo evolua juntamente com o seu crescimento até o plenilúnio…


quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Relato do Dia - André

09/01/2007

Bom, coube-me hoje a difícil tarefa de escrevinhar qualquer coisinha no diário de bordo desta nossa viagem por mundos de fantasia e alegria.

Embora o resultado final ainda não seja sempre o mais desejado, sempre se vai dando um ar da nossa graça. O texto, embora infantil, não é tão liminar quanto isso. A linguagem, o contexto histórico, enfim, toda a atmosfera emocional e psicológica em redor do texto é porventura um pouco densa. No entanto, todo o quadro das personagens traçado por Shakespeare, embora com muitos elementos oníricos e fantasiosos, não deixa de perder a sua actualidade. A dificuldade, e, no fundo, a graça por detrás da interpretação, está em encontrar o tom certo para o momento certo – isto, claro, para não falar da dificuldade em decorar texto… Isto tudo para dizer que estamos cada vez mais perto de encarnar os nossos personagens, e que, com algum trabalho e bastante dedicação penso que chegaremos ao fim extremamente satisfeitos com o resultado final.

Queria, por fim, enquanto novato nestas bandas sublinhar o bom ambiente e a boa disposição que existe no grupo, e que, prontes, o pessoal é purreire! E como alguém diria: “That’s all I have to say”.

André Carvalho
"Demétrio - o louco, o inconstante!”


Diário do Encenador

09/01/08

Em paz novamente.

Hoje cheguei ao ensaio faltando cinco minutos para a hora do costume, alguns actores já se encontravam à porta. Entrámos e nos acomodámos. Enquanto esperávamos pelos outros comecei a comentar os perfis das personagens que eles escreveram. Falei-lhes, comparando-os com o trabalho de corpo e atitudes em cena, sobre os progressos e necessidades de cada um. Alguns perfis mostraram-se muito concisos, pouco aprofundados, pouco criativos, em compensação outros foram perfeitos… É necessário integrar as personagens dentro de um contexto comum, estabelecer as relações entre elas.

Com o elenco praticamente composto, comecei a trabalhar as cenas exigindo um pouco mais dos actores nas atitudes, no raciocínio, nas inflexões. A maioria correspondeu positivamente, outros ainda estão ansiosos. Expliquei-lhes que a ansiedade é a maior inimiga do actor inexperiente… Tenho de fazê-los relaxar e sentirem-se seguros… Muitas falas ainda estão rápidas, sem valor apropriado e sem imagem. Mas tudo se há de compor, pois todos já começam a entrar no espírito do processo.

Duas horas depois, um pouco cansado, comecei a trabalhar as últimas cenas programadas para hoje. Dispensei parte do elenco e dei continuidade ao que estava a ser feito. Continuei com as exigências e comecei a acrescentar novos elementos (detalhes), entretanto fiz-me entender, novamente, na prática, que é preciso largar o texto escrito de vez para que possamos avançar, eles sentiram essa necessidade, alguns já mais seguros começaram a dar os primeiros passos, como um bebé que fica em pé pela primeira vez. … E, pela primeira vez, vi um esboço do que será a cena e sorri para mim mesmo.

Finalmente regressei ao meu descanso, preparei um chá… Paz… Gostei muito do ensaio de hoje… Missão cumprida… Um grande “bem-haja” para todos os meus queridos actores… Ops! Não posso esquecer de escrever o meu diário! Vamos põe-te a escrever! Toca a mexer…


quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Mónica

08/01/2007

Após a aventura de “La NONNA” e o adeus à menina “Vanessa”, eis que me foi entregue outro desafio pelas mãos da Companhia Contigo Teatro.

Chegou a hora de sonhar com Shakespeare e “O sonho de uma noite de Verão”. O grito de guerra foi dado, e pelas mãos do grande actor e encenador Marco Mascarenhas, iniciámos uma nova aventura. Chegada à hora de lançar mãos ao trabalho, todos os dias nos dirigimos pelas 20.30h para o local de ensaio após um dia de trabalho ou de estudos, repleto de emoções e cansaço.

Entre sorrisos e brincadeiras, damos início a mais uma noite de ensaios. A força, encontramo-la uns nos outros, a alegria de estarmos todos juntos, a emoção de vestirmos uma nova personagem, o cheiro a um novo desafio.

É com uma energia oculta e um sentimento de orgulho que todos os dias me encontro com “Hermia”, personagem a qual irei vestir neste sonho de uma noite de Verão. A essa hora, liberto-me da Mónica, e assumo a força, determinação e amor da personagem que tento fazer crescer todos os dias com uma ajuda incansável dum grupo fantástico.

A esta altura do campeonato, não nos podemos dar ao luxo de interromper os ensaios. Todos os minutos são ouro e preciosos para todo o elenco. Ontem, seria dia de mais um ensaio, mas infelizmente, por motivos que nos ultrapassam, ficámos cerca de 15 actores numa espera incondicional à porta, pois não tivemos acesso à chave para que pudéssemos ensaiar.

Apesar de tudo, o grupo nunca perdeu aquela alegria, e mesmo sob pressão, sabendo que jamais poderíamos ter ficado sem aquele ensaio porque todos eles daqui para a frente são essenciais, esperámos, brincámos, soltámos deixas, e quando nada se poderia mesmo resolver, cada um voltou aos seus afazeres, com um certo vazio, mas determinados em dar sempre cada vez mais o nosso melhor afim de compensar os contratempos.

O que passou passou, e hoje há mais...espera-nos um grande sonho que passo a passo começa a mostrar resultados, por isso, cheios de determinação iremos soltar toda a energia guardada do dia anterior, caindo no esquecimento o episódio de ontem, seguindo com força, ânimo, alegria e determinação!!! A todos..um óptimo trabalho!!! Temos um sonho por concretizar!!

Mónica Trindade
"Hérmia"


Diário do Encenador

08/01/08

Angústia!

Sobre o ensaio de hoje? Não sei o que dizer... Nada aconteceu... Problemas logísticos. Fiquei preocupado. Para amenizar as coisas saímos para tomar um café. Também é preciso. Espero por melhores momentos.

Vamos ver... Estou expectante.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Relato do Dia - Sandro

07/01/2007

Terminado o período de descanso de Natal e de fim de ano, se é que se pode chamar de descanso, uma vez que as responsabilidades com a família e com os amigos não permitiram grandes sestas à tarde, volto aos ensaios. Quase diariamente, das 8h da noite até… bem, até que o espírito deixe…

“Sonho de uma noite de verão”, que me ocupa o pensamento por largos momentos ao longo do meu dia…

Tento libertar-me desde já do texto, algumas das falas já estão memorizadas, as marcações interiorizadas, a profundidade e a verdade do sentimento do meu personagem – Lisandro - já começam a tomar conta da minha consciência.

Torço pelos outros actores que comigo contracenam, torço para que a verdade do teatro surja cada vez com mais força, até algumas falas dos outros personagens já começam a ecoar na minha mente, ainda mesmo antes de algumas das minhas falas.

Sinto que a viagem ainda está a começar e que as aventuras me irão proporcionar grandes momentos de convívio, confraternização, amizade e, acima de tudo, muito teatro.

Sandro Nóbrega
"Lisandro"


Diário do Encenador

07/01/08

Respirar fundo...

Hoje o ensaio foi por escalas. Novamente comecei a trabalhar as cenas separadamente visando a interpretação individual de cada actor. Conseguimos alguns progressos, apenas uma actriz soltou o papel, de forma insegura, mas soltou. Faz-se necessário que os actores larguem o texto escrito, só assim poderemos avançar.

O tempo urge… Por um instante, uma preocupação tomou conta de mim. “Calma!” Disse mentalmente rebatendo esse sentimento. Decidi manter a calma… Respirei fundo…

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Diário do Encenador

06/01/08

Finalmente temos “Hipólita”!

Depois de algumas tentativas e nervosa busca, finalmente ela chegou. Devido a entrada de dois novos actores, uma actriz para o papel de Hipólita e outro actor para o papel de Gaitinhas, tivemos um ensaio um pouco “truncado”, pois tive de adaptar-me rapidamente aos acontecimentos, mas, apesar disso, as coisas começam a tomar forma. Trabalhei de modo que os novos elementos se sentissem confortáveis, integrando-os no trabalho ao mesmo tempo que avaliava as suas dificuldades de desempenho. No fim senti que podem chegar a “bom porto”.

Novas músicas e ritmos nos foram apresentados, estamos prontos para começar as coreografias.

No fim do ensaio reuni-me com a equipa de produção, apresentei-lhes os desenhos do cenário. Aceitaram lindamente. As ideias só divergiram quando apresentei as ideias para os cartazes… Ouvi várias opiniões… Voltarei a debruçar-me sobre o assunto se ninguém mais o fizer… Enfim…

Todos mostraram-se empenhados… Temos muito trabalho pela frente… Estou confiante.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Diário do Encenador

05/01/08

De volta aos ensaios

Ano Novo… enfim, depois de alguns dias de intervalo obrigatório para as festividades de Natal e “Reveillon”. Comecei o ensaio com uma sessão de expressão corporal. O objectivo foi sensibilizar os actores física e mentalmente de acordo com os perfis psicológicos das personagens criados por eles de acordo com as minhas dicas. Durante os exercícios seus corpos adoptavam formas que preenchiam o palco com uma rica gama de cores…Lindo…

A concentração do trabalho nas personagens foi intensa, senti pena ao quebrar essa energia, mas tinha de ser, era o primeiro dia depois do festivo interregno, portanto tive de ser brando com as exigências artísticas.

Começámos a passar as cenas. Dei valor acrescido às interpretações dos actores e comecei a dar-lhes mais elementos para serem trabalhados. Tudo continuava bem até que o Director Musical chegou com novas músicas. Apesar de já estar para além da metade da peça, interrompi o ensaio. Era importante dar a conhecer as músicas elenco… Foi lindo…

Senti-me feliz e confiante para caminhar rumo ao nosso objectivo, o espectáculo.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Aproximação ao Público

Normalmente, o contacto que as pessoas têm com os trabalhos que são produzidos traduzem-se na maior parte no produto final. Desta vez a Companhia optou por aproximar todo o trabalho que implica levar uma peça ao palco do teatro, do seu espectador.

Marco Mascarenhas é o encenador de "O Sonho de Uma Noite de Verão", a próxima produção da Companhia, pelo que foi-lhe proposto o desafio de criar um "diário de bordo", um pequeno vislumbre dos seus pensamentos, incidências e acontecimentos sobre os ensaios e todo o trabalho produzido até ao momento.

Repto aceite, assim e partir de hoje, será publicado todos os dias o "Diário do Encenador", onde podemos ficar a saber, do ponto de vista do encenador, como estão a decorrer os trabalhos de "O Sonho de Uma Noite de Verão".

E porque não queremos que ele fique sozinho nesta sua missão de aproximação do grande público, será igualmente publicado o "Relato do Dia", missão que será entregue todos os dias a um membro do elenco, que relatará as incidências e mais que julgue pertinente até à data.

Assim damos início no blog a publicação do "Diário do Encenador" e do "Relato do Dia" de "O Sonho de Uma Noite de Verão", pela Companhia Contigo Teatro.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

500 anos já publicitam


O início de 2008, marca também o início das comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal. Num ano consagrado à cultura e à história funchalenses, as comemorações vão abranger um vasto leque de actividades que se prolongarão até ao final do ano, estando neste âmbito o novo trabalho da Companhia, a peça "O Sonho de Uma Noite de Verão".

No site oficial dos "500 Anos" poderão consultar a referência à peça e uma breve resenha explicativa do projecto.