quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Diário do Encenador

22/01/08

“Passeio dos Actos”

Passámos o 1º e 2º actos duas vezes. Na primeira vez, no fim, avaliei o desempenho dos actores quanto algumas entoações e deslocamentos. Voltei a fazer pequenos acrescentos e continuei a “limar as arestas” com comentários objectivos e precisos.

Na segunda vez que passámos, os actores reagiram muito bem e quase tudo o que falei foi aplicado, eu digo “quase” porque, durante a passagem, alguns lembravam do que havia sido falado e então voltavam a repetir da forma mais correcta… Portaram-se muito bem, meus queridos… Infelizmente, já era tarde, tivemos de acabar com o ensaio, portanto não pude tecer comentários avaliativos, ainda falei com alguns, de fugida, já à saída do espaço. Teve um outro actor, de quem gosto muito, que me veio de mansinho, com os lindos olhos a brilhar, envolto numa aura de insegura dúvida a perguntar-me: - então, como é que foi? Estou melhor? Eu quero saber tudo… Com muita pena, por não poder estender a conversa, apenas disse-lhe: muito melhor, foste muito melhor na segunda passagem.

Agora, a caminho da recta final, do fim da “gestação”, já começo a sentir uma certa nostalgia por ter de vos deixar… Hoje estou um bocado piegas… Ai, ai…Acho que é do chá. Troquei de tisana…Vou cortar o cabelo, preciso mudar…

Bem, mas ainda temos muito trabalho até a estreia, temos de nos concentrar nisso, “e só nisso”, agora é o momento, não podemos abrir mão dos ensaios, a partir de agora temos de sacrificar alguns compromissos pessoais, desculpem, mas temos de estar no mesmo barco. Vamos estrear inteiros, unidos e confiantes no nosso trabalho… É legítimo…

Um actor, também de minha estima e grande consideração, com quem já tive a oportunidade de trabalhar, lembrou-me de uma das minhas máximas: “Actor não se justifica, trabalha!”… Achei lindo…

Hei… O resto do elenco que não fique com inveja, eu também estimo e gosto muito de todos ok? Bem… Se em que alguns… É melhor deixar para lá…hehehe… brincadeira meus lindos… Amo todos, cada qual com sua particularidade.

Fazer um espectáculo é como viver uma história amorosa, do primeiro contacto surgem a atracção, o interesse e a troca, depois tudo culmina no prazer desenfreado e loucamente gostoso da paixão. Depois tudo acalma, finda e distancia, deixando na alma uma inesquecível marca de saudade.

…Nossa!... Hoje “pirei na tranza”… Mesmo… Tenho de trocar de chá… Não sei como vou conseguir dormir… Acho que estou a precisar de “algo”… um pouco de…Enfim, ultimamente mais pareço um Frade… hmmmm… É só carência momentânea…Vou tomar um duche urgente!

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