11/01/08
Escalar às picaretas
Antes de começar vou buscar, como sempre, um chá…
Hoje também ensaiamos por escala de cenas. Ensaiar, ensaiar e ensaiar… Não consigo pensar em mais nada. Cada vez que avançamos mais um pouco, fico feliz, mas precisamos ensaiar, e muito. Hoje passamos a cena final e o desfecho do espectáculo ainda está por acontecer.
Amanhã passaremos a peça toda. Ainda tenho actores com textos nas mãos, é certo que tive de fazer algumas alterações e substituições de elenco, também é certo que alguns novos actores entraram agora, mas às vezes penso: será que não há tempo nem de dar uma vista de olhos nas falas? Mesmo que seja enquanto estão na casa de banho, ou antes de dormir, ou quando levantam-se da cama (eu sei, essa é difícil, eu mesmo só consigo fazer isso tomando um lauto pequeno almoço e sem pressa, confortavelmente banhado pela luz do sol da manhã, como se estivesse a ler o jornal). Basta uma leitura diária entre os afazeres e compromissos… “Texto não decora-se, assimila-se”
O teatro é cruel na sua verdade, não há como mentir ou “fazer de conta” como numa brincadeira de criança, vê-se claramente quem estuda o texto e quem não estuda.
Quando estudamos o texto, mesmo depois de memorizado, acabamos por descobrir mais elementos que reforçam a Fé Cénica necessária para a Função. Acreditar na realidade criada, na realidade da vida da personagem, só assim o actor terá a segurança necessária para actuar diante de um público. E com o texto escrito entre as mãos é impossível sentir isso… “My God”…
O actor, quando está em cena, deve sentir o poder que lhe é dado pelo espaço cénico, pela situação do contexto da peça; calafrios, dúvidas e medos não devem fazer parte do seu vocabulário. O tal “friozinho” ou “friozito” que sentem antes de entrar em cena e acreditam que isso é bom, mesmo que seja por segundos, para mim é mito. O ideal é o actor estar seguro de si e do seu trabalho. Ele deve concentrar-se para estar pleno e “arrasar”, é para isso que ele ali está… Mais nada…
Enfim… Hoje o chá não desce… Se não fosse tão tarde tomaria um uísque para brindar e acalmar um pouco…hmmm… só um golinho… 24 anos de teatro… hic! …E viva os meus actores! …hic! Não resisti!...
Escalar às picaretas
Antes de começar vou buscar, como sempre, um chá…
Hoje também ensaiamos por escala de cenas. Ensaiar, ensaiar e ensaiar… Não consigo pensar em mais nada. Cada vez que avançamos mais um pouco, fico feliz, mas precisamos ensaiar, e muito. Hoje passamos a cena final e o desfecho do espectáculo ainda está por acontecer.
Amanhã passaremos a peça toda. Ainda tenho actores com textos nas mãos, é certo que tive de fazer algumas alterações e substituições de elenco, também é certo que alguns novos actores entraram agora, mas às vezes penso: será que não há tempo nem de dar uma vista de olhos nas falas? Mesmo que seja enquanto estão na casa de banho, ou antes de dormir, ou quando levantam-se da cama (eu sei, essa é difícil, eu mesmo só consigo fazer isso tomando um lauto pequeno almoço e sem pressa, confortavelmente banhado pela luz do sol da manhã, como se estivesse a ler o jornal). Basta uma leitura diária entre os afazeres e compromissos… “Texto não decora-se, assimila-se”
O teatro é cruel na sua verdade, não há como mentir ou “fazer de conta” como numa brincadeira de criança, vê-se claramente quem estuda o texto e quem não estuda.
Quando estudamos o texto, mesmo depois de memorizado, acabamos por descobrir mais elementos que reforçam a Fé Cénica necessária para a Função. Acreditar na realidade criada, na realidade da vida da personagem, só assim o actor terá a segurança necessária para actuar diante de um público. E com o texto escrito entre as mãos é impossível sentir isso… “My God”…
O actor, quando está em cena, deve sentir o poder que lhe é dado pelo espaço cénico, pela situação do contexto da peça; calafrios, dúvidas e medos não devem fazer parte do seu vocabulário. O tal “friozinho” ou “friozito” que sentem antes de entrar em cena e acreditam que isso é bom, mesmo que seja por segundos, para mim é mito. O ideal é o actor estar seguro de si e do seu trabalho. Ele deve concentrar-se para estar pleno e “arrasar”, é para isso que ele ali está… Mais nada…
Enfim… Hoje o chá não desce… Se não fosse tão tarde tomaria um uísque para brindar e acalmar um pouco…hmmm… só um golinho… 24 anos de teatro… hic! …E viva os meus actores! …hic! Não resisti!...
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