27/01/2008
Pela segunda vez cá me encontro na escrita do relato do dia. Desde então as coisas tomaram uma visão diferente. Posso dizer que ao longo deste tempo, as pessoas amadureceram um pouco mais, e que aos poucos vão tomando consciência que o tempo é escasso e que há muita coisa que neste momento já não devia acontecer...
Foi um ensaio corrido, com todo o elenco presente (o que nao é nada normal... ehehe), havendo um pequeno intervalo para que fossem tiradas medidas para os fatos de alguns actores... tira dali, mede acolá, veste isto e muda aquilo e num instante... "todos para o palco..."! Ehehe... pois... mas aí... aconteceu-me algo que é daquelas coisas que já não deveriam acontecer que mencionei anteriormente. Que de forma alguma poderá continuar a persistir em nós, que é a incontrolável sensação do riso. Não é que tudo nos faça rir, já controlamos muito mais... mas são certas atitudes, certos senãos, uma marcação inexistente, uma careta anormal, um avanço a mais, sei lá... poderão existir mil e umas coisas mas que jamais nos poderão levar à desconcentração total e isso foi o que me aconteceu ontem, quando sabemos bem que não é uma cena fácil, e que nos temos de entregar verdadeiramente e sentir aquilo que nos é dito como impulso para o que dizemos a seguir. Sim... não foi facil... um riso gera outro, e é o suficiente para que se instale a desconcentração dos actores que estão nesse momento em palco, e para que a cena não possa avançar.
Olhei para o nosso paciente encenador... como é logico... já estava “fulo da vida”... ehehe!... e com toda a razão.. não nos podemos dar ao luxo de neste momento nos desconcentrarmos quer fora quer em cima de palco, de faltarmos aos ensaios só porque nos apetece ou porque estamos cansados (foi dito no inicio de tudo que não iria ser facil... e nós que já estamos habituados, sabemos bem que não é, e que é preciso ter mesmo o diabo no corpo... amar o teatro de corpo e alma, para aguentarmos este ritmo ate ao fim); de estarmos constantemente na brincadeira em bastidores; de nunca sabermos quando é que entramos em cena e ser preciso que nos chamem a toda a hora; de perder características da personagem já criada por nós... etc, etc, etc...
Eu, por amar aquilo que faço, apesar de não fazer do teatro a minha vida (quem me dera...) tento de todas as formas subir ao palco com a energia que me esperam, porque eu sei que de mim também depende o bom desempenho dos meus colegas, e é isso que temos de pensar. Não podemos somente pensar em nós, individualmente, porque em cima de palco estamos com mais actores que de nós esperam ao menos algum respeito, empenho e determinação. Isto foi algo que fui aprendendo ao longo das peças que realizei na Contigo Teatro. Sim... somos amadores... mas amamos simplesmente o que fazemos e fazemo-lo com muito gosto!
Da minha parte, penso que a "Hérmia" já existe, e de dia para dia está cada vez mais dentro de mim. A partir de agora, vejo-me com uma personagem criada que ainda necessita de muitas melhorias... não me posso deixar ficar... terei de encontrar alguma inflexão perdida, alguns movimentos que a possam ajudar, explorar ainda mais algumas sensações... Ou seja, até à data, um actor nunca pode parar... nunca deixar morrer a personagem mas sim elevá-la com um sorriso, com uma expressão, com um sentimento, com algo que achemos que possamos adicionar para que fique em harmonia...
Gostava de aqui agradecer o apoio, principalmente do meu “tesouro Lisandro”. Penso que a nossa ligação começa a dar frutos e que estamos no caminho certo... e a outras pessoas que nem preciso dizer o nome pois sabem que são sempre importantes para mim nesta caminhada...
Pela segunda vez cá me encontro na escrita do relato do dia. Desde então as coisas tomaram uma visão diferente. Posso dizer que ao longo deste tempo, as pessoas amadureceram um pouco mais, e que aos poucos vão tomando consciência que o tempo é escasso e que há muita coisa que neste momento já não devia acontecer...
Foi um ensaio corrido, com todo o elenco presente (o que nao é nada normal... ehehe), havendo um pequeno intervalo para que fossem tiradas medidas para os fatos de alguns actores... tira dali, mede acolá, veste isto e muda aquilo e num instante... "todos para o palco..."! Ehehe... pois... mas aí... aconteceu-me algo que é daquelas coisas que já não deveriam acontecer que mencionei anteriormente. Que de forma alguma poderá continuar a persistir em nós, que é a incontrolável sensação do riso. Não é que tudo nos faça rir, já controlamos muito mais... mas são certas atitudes, certos senãos, uma marcação inexistente, uma careta anormal, um avanço a mais, sei lá... poderão existir mil e umas coisas mas que jamais nos poderão levar à desconcentração total e isso foi o que me aconteceu ontem, quando sabemos bem que não é uma cena fácil, e que nos temos de entregar verdadeiramente e sentir aquilo que nos é dito como impulso para o que dizemos a seguir. Sim... não foi facil... um riso gera outro, e é o suficiente para que se instale a desconcentração dos actores que estão nesse momento em palco, e para que a cena não possa avançar.
Olhei para o nosso paciente encenador... como é logico... já estava “fulo da vida”... ehehe!... e com toda a razão.. não nos podemos dar ao luxo de neste momento nos desconcentrarmos quer fora quer em cima de palco, de faltarmos aos ensaios só porque nos apetece ou porque estamos cansados (foi dito no inicio de tudo que não iria ser facil... e nós que já estamos habituados, sabemos bem que não é, e que é preciso ter mesmo o diabo no corpo... amar o teatro de corpo e alma, para aguentarmos este ritmo ate ao fim); de estarmos constantemente na brincadeira em bastidores; de nunca sabermos quando é que entramos em cena e ser preciso que nos chamem a toda a hora; de perder características da personagem já criada por nós... etc, etc, etc...
Eu, por amar aquilo que faço, apesar de não fazer do teatro a minha vida (quem me dera...) tento de todas as formas subir ao palco com a energia que me esperam, porque eu sei que de mim também depende o bom desempenho dos meus colegas, e é isso que temos de pensar. Não podemos somente pensar em nós, individualmente, porque em cima de palco estamos com mais actores que de nós esperam ao menos algum respeito, empenho e determinação. Isto foi algo que fui aprendendo ao longo das peças que realizei na Contigo Teatro. Sim... somos amadores... mas amamos simplesmente o que fazemos e fazemo-lo com muito gosto!
Da minha parte, penso que a "Hérmia" já existe, e de dia para dia está cada vez mais dentro de mim. A partir de agora, vejo-me com uma personagem criada que ainda necessita de muitas melhorias... não me posso deixar ficar... terei de encontrar alguma inflexão perdida, alguns movimentos que a possam ajudar, explorar ainda mais algumas sensações... Ou seja, até à data, um actor nunca pode parar... nunca deixar morrer a personagem mas sim elevá-la com um sorriso, com uma expressão, com um sentimento, com algo que achemos que possamos adicionar para que fique em harmonia...
Gostava de aqui agradecer o apoio, principalmente do meu “tesouro Lisandro”. Penso que a nossa ligação começa a dar frutos e que estamos no caminho certo... e a outras pessoas que nem preciso dizer o nome pois sabem que são sempre importantes para mim nesta caminhada...
A todos os jovens que iniciaram aqui, quem sabe, uma nova vida, peço-lhes que somente deixem fluir o que existe dentro de vós, que aquela garra de adolescente venha ao de cima, e que se entreguem completamente por mais um mês. Porque esta peça só será possivel com a união que é fundamental nestes trabalhos... com a união Contigo Teatro!!!
Chegado o ensaio ao fim era visível o cansaço... as pernas doridas da dança que a nossa estimada coreógrafa nos ensinou no dia anterior... aiiiiii doí tudo... mas o esforço e dedicação ao qual nos propomos tem sempre no final um efeito gratificante em nós. E é isso que me faz continuar...
A todos... mãos à obra que o caminho é para a frente!! Bom trabalho!
Mónica Trindade
"Hérmia"
"Hérmia"
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