sábado, 10 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Preçário


Estudantes e professores acompanhantes:
3.00 Euros
Público em geral: 7.50 Euros
Grupos com mas de 8 elementos: 5.00 Euros

Reservas: 961547143 / 911100015 / geral@contigoteatro.com

Calendário

NOVEMBRO

03 - Ter. - Estreia - público em geral – 21h30
- Auditório RDP
04 - Qua. - Representação - público escolar - 11h00 e 15h00
- Auditório RDP
05 - Qui. - Representação – público escolar – 11h00 e 15h00
- Auditório RDP
06 - Sex. - Representação - público geral - 21h30
- Auditório RDP
24 - Sex. - Representação - público escolar - 10h00
- Esc. Francisco Franco

DEZEMBRO

03 - Qui. - Representação – público escolar – 11h00
- Centro Cultural John dos Passos


Tempo de Representação: Aproximadamente 1h10 minutos

Chegada ao Teatro: 15 minutos antes do espectáculo

Dados técnicos


Ficha técnica


Autoria: Paulo Renato Trincão
Encenação: Duarte Rodrigues
Personagens /Actores
Charles Darwin - Sandro Nóbrega
Emma Darwin - Maria José Costa
Francisco de Arruda Furtado - Marco Lima
António de Arruda Furtado - Nuno Santos
Mãe de Francisco e de António – Celina Pereira

Cenografia: Duarte Rodrigues e São Gonçalves
Selecção musical: Duarte Rodrigues
Desenho de Luz: Duarte Rodrigues
Animações: Sandra Camacho
Montagem e criação de vídeo: Marina Ornelas
Operação de Vídeo: Marina Ornelas

Figurinos: São Gonçalves
Caracterização: São Gonçalves
Costura: Fátima Trindade
Concepção e Execução de Material Gráfico: Filipe António e São Gonçalves
Operação de som: Tiago Escórcio/ Duarte Gomes
Operação de Luz: Duarte Rodrigues/ Marco Andrade
Produção Executiva: Maria José Costa, São Gonçalves e Sandro Nóbrega
Produção: Companhia Contigo Teatro

Apoios/Agradecimentos: DRE- Direcção de Serviços de Tecnologias Educativas; DRJ; RDP, Órgãos de Comunicação Social

Breve nota sobre Francisco de Arruda Furtado

(Imagem daqui)

Francisco de Arruda Furtado nasceu em Ponta Delgada, a 17 de Setembro de 1854.

Foi amanuense na Repartição da Fazenda da sua cidade natal mas, quando contava 22 anos de idade, foi convidado por José do Canto a trabalhar como escriturário na sua casa comercial, cargo que desempenhou durante 7 anos.

Apaixonado pela história natural desde muito novo, com 19 anos tornou-se colaborador de Carlos Machado, contribuindo para a fundação do Museu de Ponta Delgada (1880) e incluindo-se no grupo de naturalistas açorianos que veio a organizar-se em torno desta instituição e de alguns jardins particulares.

Com o objectivo de divulgar as espécies animais açorianas, enviou amostras de espécies animais e vegetais a diversos especialistas estrangeiros com quem se correspondeu.

Esse interesse pelo arquipélago aumentou desde que Charles Darwin, em 1859, publicou a sua obra Origin of species by Means of Natural Selection para explicar a evolução dos seres vivos.
Esta circunstância marcaria a sua actividade no Museu de Lisboa, para onde se transferiu em 1885, e onde a sua actividade científica passou a estar envolvida com a organização de colecções museológicas e com a descrição de espécies.

Foi membro honorário da Philosophical Literary Society de Leeds e da Sociedade de Geografia de Lisboa. Proposto para membro da Academia Real das Ciências de Lisboa não chegou a ser nomeado por entretanto ter falecido.

Publicou algumas poucas dezenas de artigos científicos e de divulgação nos Açores, em Lisboa, em Paris e em Londres.

Morreu na Fajã de Baixo, arredores daquela cidade, em 21 de Junho de 1887.

Breve nota sobre Charles Darwin

(Imagem daqui)

Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809, em Mount, próximo de Shrewsbury, no seio de uma família abastada. Em 1825, foi estudar medicina para Edimburgo, tendo desistido dois anos mais tarde, para ingressar no curso de direito na Universidade de Cambridge. Um dos seus professores, o Prof. Henslow, convenceu-o a levar mais a sério o seu interesse pelas Ciências e falou-lhe de um navio, o H.M.S. Beagle, que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação.

A viagem do Beagle começou a 27 de Dezembro de 1831. Durante este tempo percorreu toda a costa sul-americana, parou em todas as ilhas das Galápagos, continuando para a Austrália, para Sul de África, percorrendo ainda algumas ilhas atlânticas, voltando a Inglaterra 5 anos mais tarde.

Pouco tempo depois do seu casamento com Emma Wedgwood, a família mudou-se para a aldeia de Down no Sudeste da Inglaterra. Foi aqui que desenvolveu a teoria que o tornaria famoso e que iria revolucionar o pensamento. Darwin permaneceu nesta casa o resto da vida rodeado apenas pela família e alguns amigos mais íntimos, sofrendo de várias doenças que o tornavam cada vez mais frágil e isolado.

Escreveu um livro que resumia a sua teoria, The origin of species (A origem das espécies), publicado a 24 de Novembro de 1859.

Morreu a 1 de Abril de 1882, tendo sido sepultado na Abadia de Westminster — devido à sua popularidade, o governo concedeu-lhe esta honra, ainda que contra a vontade da família.

Breve nota sobre o autor

Paulo Trincão
(Imagem daqui)

Breve nota sobre o autor
(auto crítica biográfica)

Nasceu há cinquenta anos em Coimbra (…) Desde sempre coleccionou tudo e quando deu por ele queria ser paleontólogo. Para isso estudou na Universidade de Coimbra onde mais tarde foi assistente (1982). Um dia, teve a certeza de que esse não era o seu lugar e desde essa altura percebeu que teria de partir à procura do seu caminho. Encontrou em Aveiro a sensação de liberdade que as terras planas transmitem (1986)

Foi em Lisboa que se doutorou (1990) com uma tese que fazia lembrar uma grande colecção de cromos. Estudou pólenes e esporos com mais de 100 milhões de anos com o espanto e o entusiasmo que Darwin deve ter tido na sua viagem. (…) Depois de 17 anos de conversas solitárias com o seu microscópio, achou que era tempo de voltar a olhar para o mundo. Começou uma nova vida a tentar perceber se a ciência seria um factor de bem-estar para as pessoas.

Rapidamente ficou perdido na selva do conhecimento, nos meandros da cultura, acabando por regressar a Coimbra para tentar recuperar a obra do Prof. Mário Silva: o Museu Nacional da Ciência e da Técnica (1999).

Regressou a Aveiro em 2004 para, de um velha fábrica, fazer um centro de ciência.
Foi na sua função de operário que percebeu que todas as formas são úteis para falar de ciência. O teatro ocupou desde logo um lugar de destaque na procura de novas linguagens para comunicar ciência

No universo da Comunicação de Ciência, começou a dar aulas de Mestrado na Universidade de Aveiro (2004) sobre museus e centros de ciência, acreditando que é fundamental formar uma nova geração de profissionais nesta área.

Colaborando com o Parque Escolar (2007), criou o conceito de Espaço da Memória e do Conhecimento, procurando dar uma nova vida aos museus da escola.

Por não existirem muitos textos de teatro de autores portugueses nos quais a ciência tenha um papel fundamental, decidiu, no calor do Verão, embarcar na aventura de escrever esta peça.

Paulo Trincão, in O Português que se Correspondeu com Darwin
(texto transcrito com supressões)


Sinopse da peça

(Imagem daqui)

"O Português que se Correspondeu com Darwin" de Paulo Renato Trincão apresenta como objectivo fundamental a divulgação, não só de alguns conhecimentos científicos característicos das ilhas oceânicas (Açores e Madeira), mas também de algumas teorias científicas que marcaram para sempre as ciências naturais, nomeadamente o Evolucionismo de Charles Darwin.

Essa divulgação faz-se através da encenação de uma época específica da nossa história e com a apresentação de dois quadros distintos que se entrecruzam: Down, onde Darwin, já abatido por algumas das doenças que o afligiam, ainda teorizava e trocava correspondência com muitos eminentes cientistas da sua época, e S. Miguel, nos Açores, onde Francisco de Arruda Furtado, aspirante a cientista, amante das ciências naturais, se correspondeu com Darwin na esperança de aprender mais sobre a evolução das espécies.

É um espectáculo que apresenta uma componente de projecção de imagens das teorias divulgadas e dos locais referidos, assim como de espécies que levaram Darwin a formular a sua revolucionária teoria, assim como a dramatização de algumas das cartas que Darwin e Arruda Furtado trocaram entre si.

CT apresenta Darwin


Texto introdutório

Nem sempre o teatro (enquanto Arte) e a ciência (enquanto Ciência) andam juntos. Aliás, muitas vezes, e sem qualquer fundamento, julgamos que as pessoas mais ligadas às ciências não têm qualquer apetência pelas artes. Sentimos a necessidade de aliar estes dois universos, que não têm de andar necessariamente de costas voltadas.

Sabendo que o ano de 2009 é comemorado internacionalmente como o Ano de Darwin, e que a 24 de Novembro de 2009 se comemoram 150 anos desde a publicação de A Origem das Espécies, a Contigo Teatro orgulha-se de levar à cena o trabalho O Português que se correspondeu com Darwin de Paulo Renato Trincão, com encenação de Duarte Rodrigues.

Este texto, de natureza didáctica, pretende não só divulgar a obra de Darwin e alguns conhecimentos científicos, mas também dar a conhecer um português, Francisco de Arruda Furtado (curiosamente oriundo também de um arquipélago, o dos Açores) que se correspondeu com o célebre naturalista.

Esta obra não só será, assim pensamos, do interesse de um público mais ligado às ciências, mais concretamente aos professores que leccionam algumas disciplinas específicas no Ensino Básico e Secundário nas escolas da RAM, mas também aos alunos destas áreas.

Uma vez que também fazemos parte de uma ilha, cuja fauna e flora são mundialmente reconhecidas pelas suas especificidades e riqueza, este espectáculo assume ainda maior relevância. Não esqueçamos que a ilha da Madeira foi, na verdade, a ilha mais citada na referida obra de Darwin.

Cumprem-se, assim, alguns dos objectivos fundamentais deste nosso projecto: divulgar conhecimentos científicos, dar a conhecer o português que se correspondeu com Darwin, colocar a Arte ao serviço da Ciência (e vice-versa) e apresentar o espectáculo a um público mais especializado sem que este deixe de ser, igualmente, apreciado pelo público em geral.

É caso para dizer: bem-vindos ao Teatro.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Alerta


A COMPANHIA ESTÁ DE VOLTA AO TRABALHO.


EM BREVE MAIS NOVIDADES.

domingo, 6 de setembro de 2009

Noite Branca

(clicar para aumentar)

No dia 4 de Setembro, tendo como tema Noite Branca, com o espaço do Café do Teatro decorado com cartazes de peças realizadas pela Companhia e com balões brancos, foram muitos os amigos da Contigo Teatro que chegaram munidos de boa disposição e do convite – uma t-shirt branca -, que muitos optaram por adaptar de maneira bem original de modo a ganhar o prémio especial reservado para o vencedor.

Ao longo da noite, os convidados foram sendo surpreendidos com 10 perguntas surpresa sobre o historial da Companhia. Os mais “informados” foram contemplados com uma bebida, oferta do Café do Teatro.

Uma vez que de uma noite de verão se tratava, foi projectado, ao longo da noite, o dvd do espectáculo Sonho de uma Noite de Verão‘ de Shakespeare, já levado à cena pela Contigo Teatro.

A animação esteve a cargo do professor Mário André, que musicou o referido espectáculo. Não só foram relembrados temas dessa peça, como também outros temas cantados por alguns dos elementos que também participaram em peças da Companhia.

No fim da noite, o prémio para a t-shirt mais original foi ganho por Fernando Araújo, que recebeu um prémio fenomenal: uma t-shirt nova. Ainda houve tempo para uma surpresa: um bolo de aniversário, oferecido pela organização do Café do Teatro à Companhia.

Foi um serão bem passado, pois quando estamos com os nossos amigos, estamos bem. Dez anos já cá cantam… E já temos saudades do futuro. Até breve (sempre CONTIGO).

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Exposição ‘10 Anos Contigo’ no Culturalmente

Veja aqui a reportagem no programa "Culturalmente" da RTP-Madeira, sobre a exposição "10 Anos Contigo".



sexta-feira, 12 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Exposição ‘10 Anos Contigo’

Chegamos aos 10 anos da nossa actividade. Este nosso projecto jamais seria possível se não contássemos com o estímulo de amigos, com o empenho dos actores e familiares e com a competência, o apoio e a motivação generosa de todos os técnicos e profissionais. Pois, para além do profundo interesse e da paixão que nos move pela arte, pelo teatro e pelo público, o nosso projecto corresponde a uma necessidade sentida ao longo destes anos, de reunir no teatro, os materiais, instrumentos e os métodos de trabalho, num contributo enriquecedor tanto para os actores como para o público.

Assim, depois de historiar, examinar, criticar, analisar, apreciar e procurar significado para o nosso percurso, reconhecemos que a tarefa não se circunscreve à simples descrição e documentação dos trabalhos realizados.

Durante estes 10 anos e revisitando as 18 peças realizadas, verificamos que são muitos os artistas plásticos que connosco trabalharam. Quisemos assim, convida-los a juntarem-se a nós nesta comemoração. Assim, mais do que datar, documentar e descrever o nosso historial, convidamos-vos a uma visita pelas peças levadas a palco, ao longo destes anos.

Pelo que, a partir da próxima quarta-feira, dia 17, e durante uma semana, no Museu da Casa da Luz poderão apreciar as obras dos seguintes artistas:
* São Gonçalves - s/titulo
* Mafalda Gonçalves - s/titulo
* Rita Rodrigues - s/titulo
* Filipa Freitas - Pensamentos
* Fernanda Nóbrega - Rapaz de Bronze
* Filipe Ferreira António - s/titulo
* Rúben Freitas - Festa ao luar
* Lúcia Francisco - s/titulo
* Carlos Vieira - A Grande Cortina
* Miguel Angelo Sobral -Do Quotidiano
* Fátima Azevedo - s/titulo
* Cristina Sampaio - Percursos
* Elena Santos - s/título
* António Jorge Gonçalves - S/ titulo
Aceite o nosso convite.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Rescaldo do Passeio


No passado dia 23 de Maio, cumprindo o plano de actividades das Comemorações dos 10 Anos da Companhia, lá estávamos no sitio combinado, feitos corajosos “caminhantes”, de mochilas às costas e roupa bem confortável, para uma aventura ao ar livre.

Sempre contando com a preciosa ajuda nos nossos amigos do Clube Pés Livres, às 7h 30 da manhã, estávamos junto ao Tribunal do Funchal, na Rua 5 de Outubro, prontos a embarcar rumo à Levada do Moinho, onde iria decorrer um passeio ao ar livre, seguido de uma refeição e convívio

Às 8h 15, já o autocarro já se encontrava cheio, partimos rumo à Ribeira Brava, onde fizemos uma primeira pausa para o café da manhã (sim, que a essa hora, ainda por cima sábado, alguns ainda nem tinham bem aberto o olho direito). Cumpridas as obrigações do estômago, seguimos rumo ao Porto Moniz, onde iniciámos o nosso percurso a pé.

Por entre paisagens deslumbrantes, algumas (poucas, felizmente!!) indisposições, muitas fotos e muita curiosidade em relação às maravilhas que a nossa ilha ainda guarda, o grupo lá percorreu a levada, sem esquecer a boa disposição que nos caracteriza. Foi bom rever caras amigas e conviver com alguns colegas que ainda não tínhamos o privilégio de conhecer.

Depois de percorrido o percurso, já nos Lamaceiros, foi hora da paparoca! Uma sopa de trigo de comer e chorar por mais (as fotos não deixam mentir!). Ah, sem esquecer que alguns aprenderam uma habilidade nova em relação à sopa de trigo e à colher de pau (vejam lá as fotos com atenção e vejam se descobrem o que é). Merecido o repasto e o descanso…

Até que chegou a hora do regresso. Cansados, mas bem dispostos, voltámos ao Funchal, com imagens bem engraçadas na memória e uma boa recordação que fica sempre connosco. Sim, CONTIGO também… CONTIGO TEATRO, claro… Que venham mais experiências e novas emoções…

Até breve (é uma promessa!!)…

Pel’A COMPANHIA
Sandro Nóbrega

domingo, 10 de maio de 2009

Passeio ‘10 Anos Contigo’


PROGRAMA
* 7.30h – Concentração no largo do colégio
* 8h – Partida do autocarro do Largo do Colégio
– Passeio: Levada dos moinhos - Achadas da Cruz - Lamaceiros
– Chegada aos Lamaceiros - Almoço
– Actividades de convívio
* 18h – Regresso dos Lamaceiros para o Largo do Colégio
* 22h – Convívio Nocturno (a confirmar)

Informações úteis:

Montante: 10 euros/passeios
Duração: 3 horas
Dificuldade: 2 pés
Almoço incluído: Sopa de Trigo

Nota: é necessário levar pratos, talheres e um lanche, assim como tudo o resto que achem pertinente.

Inscrições:
tel: 961547143 / 913920071
email: geral@contigoteatro.com

Mais informações:
www.contigoteatro.com

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fotos da Missa Comemorativa

(clicar para aumentar)

No sábado, dia 18 de Abril, pelas 18 horas, na Paróquia do Imaculado Coração de Maria, e no âmbito do programa de aniversário da Companhia, realizou-se uma missa comemorativa dos 10 anos da Contigo Teatro.

Veja as fotos.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Contigo Teatro - 10 anos


São, nada mais, nada menos, dez velas que estão sobre o bolo de aniversário que a Companhia Contigo Teatro partilha com todos aqueles que connosco decidiram partir em várias aventuras e partilhar um mar de experiências… a todos um muito obrigado!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Missa Comemorativa


No sábado, dia 18 de Abril, às 18h, na Paróquia do Imaculado Coração de Maria, realizar-se-á uma missa comemorativa dos 10 anos da Companhia. Venha celebrar connosco.

domingo, 12 de abril de 2009

Actividades Comemorativas “10 Anos Contigo”

É com imensa alegria, com um profundo sentido de humildade, mas também de satisfação e de força de vontade, que vos convidamos a participar nesta nossa festa dos 10 anos da Companhia. Queremos, convosco, celebrar o que já fizemos e partilhar este sentimento de que ainda muito temos a dar ao panorama artístico da Madeira.

Muitas das actividades previstas, já calendarizadas, serão oportunamente divulgadas com todos os pormenores, tanto no nosso site, como na comunicação social.

Se, por um lado, queremos voltar a trabalhar com muitos daqueles que já connosco partilharam aventuras e experiências, queremos também abrir os nossos horizontes e dizer a todos aqueles que se queiram associar a nós que estamos ansiosos por vos receber.

Confira abaixo o plano das Actividades Comemorativas dos 10 anos da Associação:

(clique para aumentar)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Frases escolhidas


No âmbito do projecto (Re)Encontro com António Aragão, com vista a abordar a obra deste autor madeirense e dentro da programação das diferentes actividades realizaremos este Concurso de Artes Plásticas.

Recomendamos aos educadores e aos professores que desenvolvam a unidade de trabalho tendo em conta os interesses dos alunos, partindo da interpretação de algumas frases da obra Desastre Nu de António Aragão, interpretando criticamente as frases escolhidas, de modo a que a obra deste artista seja uma plataforma para diálogo e questionamento sobre aspectos contextuais, temáticos e formais. Por exemplo:

- ‘Sim. Venho de muito longe. De tão longe que quase perdi a noção do tempo. Isto é, do passado e também do presente. Apenas dou pelo futuro. Por isso ando. Continuo andando.’ - Penélope.


As outras frases sugeridas são:

TERCEIRA VOZ: Também o coração que trago não me pertence. Juro que não é meu. Não o sinto como dantes sentia. Certamente mudaram por outro enquanto dormia descuidado. Mas vou queixar-me à polícia. Contar às pessoas influentes. Já não há respeito por nada. Safados. Agora são outros que sentem o que dantes sentia.

OITAVA VOZ: Nem apetece reclamar. É de mais o que se passa. Tudo o que me rodeia não só cheira mal como cheira a falso. Confesso a minha profunda tristeza. Mas basta dizer-lhes que me tiraram o baço e no seu lugar meteram-me um demónio confuso e louco. Não julguem que minto. Estou enlatado mas ainda sinto.

MILITAR SUBALTERNO: Sempre gostava de saber se a guerra acabou ou se vai começar. Não compreendo muito bem o que se passa.

MILITAR SUPERIOR: És parvo. Por mais que te ensine não aprendes. Confundes tudo. Não te recordas dos livros de história da escola? Quase só falavam de guerras e dos homens ligados a elas. A história da humanidade é a história das guerras. Também trago os pés inchados. Depois de descansar vamos comer qualquer coisa.

PROFESSOR: Fala! Deu resultado. Fala! Descobriiiiiiiiiiii. Góóóóóóóóóóólo. Quem sou? Um professor. Embora possa não parecer, sou professor. Vê como me entende?

PENÉLOPE: Para mim é o único tempo possível. Como poderei dizer? É um tempo que trago comigo. Que me pertence. Que me rói por dentro. Que faz parte do que sou. Um tempo interior. Como hei-de explicar melhor? Assim como um tempo sem relógio nem calendário.

PENÉLOPE: Claro que sim. Será um produto novo e de grande qualidade. Então para militares em combate nem se fala. Fornece maior bem-estar à cabeça e, por conseguinte, maior possibilidade mental de ataque e defesa.

MILITAR SUPERIOR: Não. Não Garanto-lhe que não encontrámos o seu marido. E este é só parecença. Está longe de qualquer dúvida. Nunca podia ser um comandante. Aliás não passa dum simples militar subalterno sem quaisquer qualidades especiais. Pode ter a certeza. Se tivesse encontrado o seu marido certamente que lhe dizia.

MILITAR SUBALTERNO: Nunca pensei que ela gritasse daquele modo. Até parecia histérica. Quase já havia esquecido que me chamavam Ulisses lá em casa antes de vir para a guerra. Quem havia de dizer que depois de tantos anos me iria acontecer uma coisa destas? Ela gritou inesperadamente e de tal forma que não me pude conter. Parece histérica.

PROFESSOR: Mas lá por isso não quer dizer que não seja professor. Posso dar lições sem ser em escolas. O importante reside no saber para ensinar. Como os antigos peripatéticos. Nunca ouviu falar nos peripatéticos?

PROFESSOR: (Um tanto mais aliviado) No fundo somos todos iguais. A prova básica dessa igualdade, que tanto se discute, reside principalmente no cheiro comum. Se, em vez de discutirem, as pessoas se cheirassem, muitos equívocos acabariam. Refiro-me principalmente à controvérsia sobre as teorias a favor ou contra a igualdade social. Bastava fazer como nós: cheiravam-se.

MISS: Igualdade? Mas eu sou mulher e o senhor é homem. Sou mais baixa, possuo outro tipo de cabelos, de olhos e de boca, além de muitas outras diferenças, como até de pensamento. Ainda por cima você é professor.

MISS: Já agora você não sabe onde nos encontramos? Agora que estamos mais próximos um do outro, seria bom ajudarmo-nos. Não faz realmente ideia que lugar é este?

SACERDOTE: Talvez consiga ajudar. Trago comigo bons perfumes que posso queimar e melhora o ambiente.

PROFESSOR: (Em voz alta para a Miss ouvir) Até temos perfume para o Concurso. Ah, como eu aprecio a profundidade perfumada da religião! Uma religião sem perfume não seria religião. As invenções e as modas desta sociedade de consumo põem de parte muitas coisas boas para nos impingirem produtos falsificados. Vendem de tudo nos supermercados mas nada de genuíno como o perfume da religião.

MECÂNICO: Posso também ser útil de alguma maneira? Prestar algum serviço? Qualquer coisa para consertar? Banheiras entupidas, fechaduras estragadas, canos de água arrebentados, algumas pequenas avarias ou soldaduras diversas? Em geral trabalho com ferro.

COMERCIANTE: De acordo. Mas gostaria que me explicasse qual é a ordem estabelecida para não cometermos faltas.

PROFESSOR: É muito fácil. A ordem estabelecida reside no respeito pelo que está estipulado anteriormente por nós. Não concordam?

COMERCIANTE: Por enquanto não trago nada. Aguardo uma oportunidade. Pretendo comprar para depois então vender. Mas não consigo encontrar mercadoria que valha o empate de dinheiro com uma margem aceitável de lucro.

PROFESSOR: Não percebo. Será mesmo um ajudante? Parece-se, de facto, com um ser humano mas, devido ao exagerado trabalho a que o obrigam, é muito possível que tenha sofrido profundas transformações mentais e só aparentemente se assemelhe. Talvez esteja até a atravessar alguma fase importante de mutação biológica. Quem sabe? Algum estádio intermediário entre a besta e o homem.

MECÂNICO: Nem os perfumes deste senhor conseguem abafar o mau cheiro do ajudante. Se ele continuar sempre amarrado o cheiro aumenta concerteza. Eu propunha que se realizasse uma troca. Desamarrava-se o ajudante e prendia-se, no seu lugar, o comerciante. O primeiro descansava melhor e o cheiro abrandava enquanto o comerciante seria obrigado a permanecer quieto, o que também contribuía para a diminuição do seu cheiro.

SACERDOTE: Também estou de acordo. Desde que a maioria esteja de acordo sou da mesma opinião, embora não perceba muito bem destes assuntos.

MILITAR SUBALTERNO: Não há nada que pague o descanso. Às vezes penso que certa atracção ou nostalgia que sinto pela morte deve ter no descanso a sua principal razão de ser. Quando um tipo morre começa logo a descansar.

MILITAR SUPERIOR: Mas refiro-me a pequenos objectos de devoção particular. Nem um para amostra. É realmente suspeito. Todas as precauções a tomar são poucas. Bem sei que a religião nos últimos tempos mudou muito. O uso dos objectos religiosos reduziu-se ao indispensável. Abreviou-se.

JULIETA: Também nunca mais vi televisão. Passava as noites mergulhada no escuro solitário e torturado dos meus pensamentos. Inúmeras pessoas que fui encontrando pelos caminhos gemiam e queixavam-se como de costume, por causa do custo da vida piorar de dia para dia. Mas nem uma conversa inteira recordar eu posso. A minha dor não permitia que desse atenção à desgraça alheia.

JULIETA: Não me julguem mal. Talvez pensem que não passo duma inútil. Uma rapariga que apenas procura o Paraíso Perdido para se sentar numa cadeira de baloiço e estender as pernas pela eternidade fora. Estender as pernas e nunca fazer nada.

COMERCIANTE: Lá isso não. Mantenho intacta a minha moral. Comércio clandestino de armas não é comigo. Negoceio com mercadorias normais. Prefiro não correr grandes riscos ao contrário do que muitos fazem. Pouco mas seguro.

RAPARIGA: A tua cabeça é a minha cabeça. Reconheço-a pelos antigos caracóis loiros de que minha mãe falava. As tuas mãos são as minhas mãos. Sentes agora as carícias que neste momento faço? As tuas pernas são precisamente as minhas pernas. Tenho a certeza. Roubaste-me o espaço que vai dos meus pés até ao sexo. E tu olhas o que olho com os olhos que me pertencem. São meus os teus olhos. São meus. E aquele usa os meus braços. Minto embora não pareça. Se minto é porque a verdade dele mente.

REI- Reformas. Urge grandes reformas. Para já as reformas da inflexão, da filiação, da insubordinação, da contaminação e da maldição. Também seria de programar a reconversão do lixo a médio e longo prazo conforme os estômagos. E porque não um regime experimental de macrobiótica para os mais necessitados? Esta lixeira é real.

REI: Já estou farto de gastar saliva contigo. Se continuas na mesma demito-te já de ministro. Trata-se de paz e guerra ao mesmo tempo. Pronto. Mas não penses. Cá estou eu para pensar por ti. Se me elegeram rei compete-me reinar e tu obedeceres.

MINISTRO DA GUERRA: Já vos posso informar que as opiniões andam, em geral, muito alteradas e divididas. Uns naturalmente querem o rei mas outros são contra e até discordam e contestam o processo da eleição real. Palpita-me que, dum momento para outro, possam surgir certas violências e mesmo alguma sublevaçãozinha.

SACERDOTE: Prometo-vos também que continuaremos a apoiar-vos, tapando os ouvidos e cerrando as bocas.

REI: Precisamente. Ah, o meu instrumento favorito. Como vê, serve para tudo. Abre latas, limpa unhas, tem uma pequena lima e descasca toda a espécie de fruta quando há ou quando se encontra barata no mercado. É o que resta do meu património paterno.

COMERCIANTE: Confirmo que se trata de mercadoria importante. Embora pareçam pedaços de coisas sem nexo são dignos da maior consideração. Garantiram-me que fizeram parte do Paraíso Perdido.

MINISTRO DA GUERRA: (Entra perturbado) Notam-se movimentos estranhos junto de algumas lixeiras. Segundo informações recolhidas, parece tratar-se dum movimento revolucionário reivindicativo. Fala-se em maiorias que estão a alastrar cada vez mais de lixeira em lixeira.

RAPARIGA: Para falar verdade nada tenho a contar de suspeito. Vi gente descontente como é costume. Gente armada também se vê sempre. Mas nunca sei de que lado. Ando de lixeira em lixeira e nas lixeiras passa-se quase sempre o mesmo. Os cheiros é que me parecem cada vez mais intensos.

REI: Sem dúvida que se pode considerar muito bonita. Mas isso não basta. Há muita gaja boa por aí. Então havia anjos a dar com um pau. Desculpe falar assim, mas ultimamente ando um tanto nervoso.

REI: Ingratos! Não calculam os sacrifícios de quem governa. Basta esta obrigação de me sentar constantemente no mesmo trono, quando eles, no teatro, sentam-se onde querem e numa cadeira mais cómoda do que esta. Ingratos! E, depois, para que servia um anjo nesta ingrata ocasião? Os anjos não substituem as armas.

SACERDOTE: Seria ir contra a ordem estabelecida, o que nunca foi norma do poder superior. Além disso, também não faz sentido que fosse contra quem pretendeu recompor o Paraíso Perdido.

COMERCIANTE: Garanto que falo verdade. Trata-se duma espécie de salvação. Mesmo que suceda o pior ainda se poderia negociar a reedificação do Paraíso Perdido pelo menos, num outro sítio. Propor o projecto a alguma grande empresa ou a uma dessas companhias multinacionais.

PROFESSOR: Cuidado. Pretendemos sossego e ordem. Que ninguém ouse cometer desacatos ou tente revoltar-se. Será imediatamente castigado. Nada de revoltas.

PROFESSOR: Está enganado. Nós é que mantemos o poder nas nossas mãos e, portanto, revoltosos ou revolucionários são agora os que não têm o poder ou não obedecem às nossas ordens.

SACERDOTE: Compreendo perfeitamente a vossa causa. Espero que compreendam a nossa. Poderei também continuar a missão que me foi confiada?

RAPARIGA: Conservo uma certa lembrança. Embora dantes me tivessem chamado Julieta, a verdade é que sempre fui fiel ao meu marido que há muitos anos partiu para uma interminável guerra e ainda não voltou.

PROFESSOR: A situação não se esclarece facilmente. Somos um desastre nu. Devido ao incomodativo cheiro que tudo exala, determino a intensificação dos perfumes. Todos cheiramos mal. Este cheiro pertence a todos. Apodrecemos. É a nossa metamorfose final. Vá, cheiremo-nos uns aos outros. (Cheiram-se como se pela primeira vez se encontrassem) Todos unidos pelo mesmo cheiro sem distinção de classes.

REI: Mas que conseguirei fazer no futuro já que não me permitem ser rei? Não poderei usufruir duma reforma ou então ser saneado com o vencimento por inteiro? Não sei fazer outra coisa senão ser rei.

in "DESASTRE NU", de António Aragão