quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Diário do Encenador

29/01/08

“Contínuas afinações”

Hoje foi um ensaio, novamente cheio de afinações, paragens e repetições. O maior problema tem sido harmonizar a interpretação dada às personagens pelos actores. Alguns registam as dicas de como falar o texto, em determinada cena, de uma forma específica e pensam que se mantiverem o mesmo raciocínio, durante o resto da cena, farão bem. O que o actor tem de pensar é que a personagem, assim como uma pessoa, muda de pensamento constantemente de acordo com o que se passa à sua volta, portanto as inflexões ou modulações da voz alteram-se consoante as emoções.

Um texto pode ser dito de maneira bem clara e articulada, mas se nele não contiver o “subtexto”, pouco comunicará ao público ouvinte.

E assim decorreu o ensaio com algumas, “ainda e chatas”, desconcentrações. Até tive de interromper tudo, sair da sala e fumar um cigarro, para não ter que gritar com alguns elementos. Ainda bem que perceberam e assim que regressei, as coisas já estavam compostas.

Quando chegou o momento de passar tudo novamente, outra chatice, tinha de acabar com o ensaio devido o adiantado da hora… Frustração total… Respirei fundo, engoli em seco e dei por encerrado o dia.

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