Linguagem do Vestuário Teatral
Um guarda-roupa não é apenas um conjunto de peças de vestuário. Ele possui significados, variantes e funções simples ou complexas do personagem, comunicações essas que são passadas ao espectador, salientando e reforçando a representação artística numa forma de mostrar e exibir mensagens.
O vestuário é uma máscara social, pode esconder ou salientar o corpo, descreve a personalidade e estilo do actor. A roupa faz transparecer sentimentos, vida, estética, movimento, posição social, épocas e lugares através das suas formas, cores e texturas.
Para a semiótica que estuda as linguagens verbais e não-verbais, tudo o que produz o fenómeno de significação e de sentidos, estabelece uma comunicação entre os homens, sendo assim não precisamos usar a voz para se passar uma mensagem pois a linguagem também está contida nas expressões corporais, e a roupa pode ser colocada como linguagem visual.
No teatro há a necessidade da emissão de uma mensagem para se estabelecer a comunicação. Para que haja uma boa relação dos elementos da comunicação, deve existir uma boa codificação de signos e sinais. Se o espectador não reconhecer os sinais, então não entenderá a mensagem. Por estes e outros motivos é necessário um domínio na criação e transmissão destes sinais e assim embuti-los nas roupas e acessórios fazendo com que o espectador as entenda.
A mensagem que os figurinos têm que passar é importante. A roupa não serve apenas para ‘embelezar’ o personagem. Ela possui símbolos, códigos, status, comportamento, sentimentos, identificação de grupos e posições ideológicas. O vestuário de um guarda-roupa de uma peça possui identidade temporal, mas os trajes individuais possuem inúmeras variações, desde a cor dos tecidos, escolha da camisa, forma dos sapatos, comprimento das saias, etc. Quando se estabelece que um vestuário serve especificamente para determinada situação, determinado lugar, seja como uma protecção ou como uma função específica, temos uma identificação imediata da situação. Muitas vezes a escolha do vestuário muda de significado segundo o contexto em que se insere por exemplo, usar pijama para dormir tem um significado, mas sair na rua com ela tem outro bem diferente. E todas estas significações auxiliam na personificação de um personagem.
No teatro o traje possui um alto grau de intensidade simbólica. Tem de funcionar, tem responsabilidade sobre o autor, o actor, o público e sobre o todo do espectáculo.
Não somente roupas, mas objectos de carácter pessoal, como a túnica (figuras mitológicas), fita métrica (alfaiate), coroa de flores (Fadas), relógio de bolso com corrente (Corte) ou o manto (rei), fazem parte deste simbolismo. Todos estes significados simbólicos ajudam a caracterizar as diferenças do vestuário dos personagens, acentuando os objectivos e linguagens que se quer passar de um todo que é a situação da peça, ‘Sonho de uma noite de Verão’ pontos estes que foram muito fortes nas variações através dos séculos de quem já trabalhou Shakespeare.
Não importa o quão grande seja o espectáculo representado, se possui muitos figurinos, actores e grandes cenários, se é uma produção feita com muitos recursos financeiros. O importante é saber trabalhar com as linguagens, com os tecidos, cores, texturas, saber identificar as necessidades da cena, saber criar um mundo de fantasia para encantar o público e conseguir uma harmonia visual com todos os elementos cénicos.
A linguagem do vestuário teatral deve ser reforçada de acordo com a necessidade e a intenção, realizada com atenção, estudo e investigação e assim, ela consegue ter a capacidade de falar por si só, ela reforça a dramaticidade da cena, aumenta o drama pelo qual o actor está a passar, aumenta o impacto visual ajudado pela luz, e causa o espanto, a alegria e a emoção no nosso público.
Em teatro tudo é linguagem: as palavras, os gestos, o guarda-roupa, os objectos, a própria acção, porque tudo serve para exprimir, para significar. Enfim, tudo é comunicação.
“O hábito fala pelo monge, o vestuário é comunicação, além de cobrir o corpo da nudez, ele tem outras finalidades”. ECO, 1989:71.
Umberto Eco
Um guarda-roupa não é apenas um conjunto de peças de vestuário. Ele possui significados, variantes e funções simples ou complexas do personagem, comunicações essas que são passadas ao espectador, salientando e reforçando a representação artística numa forma de mostrar e exibir mensagens.
O vestuário é uma máscara social, pode esconder ou salientar o corpo, descreve a personalidade e estilo do actor. A roupa faz transparecer sentimentos, vida, estética, movimento, posição social, épocas e lugares através das suas formas, cores e texturas.
Para a semiótica que estuda as linguagens verbais e não-verbais, tudo o que produz o fenómeno de significação e de sentidos, estabelece uma comunicação entre os homens, sendo assim não precisamos usar a voz para se passar uma mensagem pois a linguagem também está contida nas expressões corporais, e a roupa pode ser colocada como linguagem visual.
No teatro há a necessidade da emissão de uma mensagem para se estabelecer a comunicação. Para que haja uma boa relação dos elementos da comunicação, deve existir uma boa codificação de signos e sinais. Se o espectador não reconhecer os sinais, então não entenderá a mensagem. Por estes e outros motivos é necessário um domínio na criação e transmissão destes sinais e assim embuti-los nas roupas e acessórios fazendo com que o espectador as entenda.
A mensagem que os figurinos têm que passar é importante. A roupa não serve apenas para ‘embelezar’ o personagem. Ela possui símbolos, códigos, status, comportamento, sentimentos, identificação de grupos e posições ideológicas. O vestuário de um guarda-roupa de uma peça possui identidade temporal, mas os trajes individuais possuem inúmeras variações, desde a cor dos tecidos, escolha da camisa, forma dos sapatos, comprimento das saias, etc. Quando se estabelece que um vestuário serve especificamente para determinada situação, determinado lugar, seja como uma protecção ou como uma função específica, temos uma identificação imediata da situação. Muitas vezes a escolha do vestuário muda de significado segundo o contexto em que se insere por exemplo, usar pijama para dormir tem um significado, mas sair na rua com ela tem outro bem diferente. E todas estas significações auxiliam na personificação de um personagem.
No teatro o traje possui um alto grau de intensidade simbólica. Tem de funcionar, tem responsabilidade sobre o autor, o actor, o público e sobre o todo do espectáculo.
Não somente roupas, mas objectos de carácter pessoal, como a túnica (figuras mitológicas), fita métrica (alfaiate), coroa de flores (Fadas), relógio de bolso com corrente (Corte) ou o manto (rei), fazem parte deste simbolismo. Todos estes significados simbólicos ajudam a caracterizar as diferenças do vestuário dos personagens, acentuando os objectivos e linguagens que se quer passar de um todo que é a situação da peça, ‘Sonho de uma noite de Verão’ pontos estes que foram muito fortes nas variações através dos séculos de quem já trabalhou Shakespeare.
Não importa o quão grande seja o espectáculo representado, se possui muitos figurinos, actores e grandes cenários, se é uma produção feita com muitos recursos financeiros. O importante é saber trabalhar com as linguagens, com os tecidos, cores, texturas, saber identificar as necessidades da cena, saber criar um mundo de fantasia para encantar o público e conseguir uma harmonia visual com todos os elementos cénicos.
A linguagem do vestuário teatral deve ser reforçada de acordo com a necessidade e a intenção, realizada com atenção, estudo e investigação e assim, ela consegue ter a capacidade de falar por si só, ela reforça a dramaticidade da cena, aumenta o drama pelo qual o actor está a passar, aumenta o impacto visual ajudado pela luz, e causa o espanto, a alegria e a emoção no nosso público.
Em teatro tudo é linguagem: as palavras, os gestos, o guarda-roupa, os objectos, a própria acção, porque tudo serve para exprimir, para significar. Enfim, tudo é comunicação.
São Gonçalves
Criação de guarda-roupa
Criação de guarda-roupa
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